"O Estado Islâmico está intensificando suas posições no Afeganistão. Seus líderes, em janeiro de 2015, declararam a criação do Emirado Islâmico do Khorasan”, disse ele, participando da 7ª conferência regional da Associação Internacional de Procuradores para os Estados da Europa Central e Oriental e os Estados da Ásia Central.
Khorasan é uma área que abrange as repúblicas centro-asiáticas, Afeganistão, Paquistão, Caxemira e Irã, e cuja fundação, segundo profecias atribuídas ao profeta Maomé, prenunciaria a vitória do Islã na “batalha final” entre o bem e o mal, no fim dos tempos.
"Sob estes planos, o Afeganistão se tornará um ponto de partida para a criação de uma nova província de um quase-Estado islâmico que deverá incluir, juntamente com o Afeganistão, os territórios do Uzbequistão, do Turcomenistão, do Tadjiquistão, do Irã e das províncias do noroeste da China", advertiu o vice-diretor do FSB.
De acordo com o Comitê Nacional Antiterrorista da Rússia, o Talibã está reforçando sua presença no Afeganistão, especialmente em áreas estrategicamente importantes no sul, sudeste, norte e centro do país. Dados do FSB sugerem que o grupo tenha entre 45 mil e 50 mil militantes bem treinados e bem equipados.
Segundo Sysoyev, a situação mais crítica se desenrola atualmente nas províncias do norte do Afeganistão que fazem fronteira com o Tadjiquistão e o Turcomenistão, e especialmente na fronteira afegã-turcomana.
O Estado Islâmico é uma organização terrorista sunita que opera principalmente no Iraque e na Síria. Em junho de 2014, o grupo anunciou o estabelecimento de um "califado islâmico", governado sob a estrita lei da Sharia, nos territórios sob seu controle.
Segundo especialistas, as profecias apocalípticas não vêm do Alcorão, mas da literatura religiosa conhecida como Hadith, uma compilação de ensinamentos atribuídos ao profeta Maomé por seus seguidores, escrita mais de cem anos após sua morte.
Neste contexto, o estabelecimento de um califado é apenas um dos vários sinais indicadores do início do fim do mundo. A volta da decapitação como forma de punição dos inimigos, outra tática amplamente usada pelo Estado Islâmico em sua estratégia de “marketing”, também seria um desses indícios. A ideia básica repousa na crença de que a retomada das práticas do Islã primitivo fortaleceria a religião e prenunciaria a vitória de Alá e seus fiéis.
Além disso, o Hadith também preconiza que o Apocalipse será anunciado pela guerra em Damasco, capital da Síria, iniciada por uma espécie de “anticristo”, chamado de ad-Dajjal, que dividirá os muçulmanos até ser derrotado por uma figura messiânica chamada de “Madhi”.
Como o Ocidente, em geral, se opõe à permanência do presidente sírio no poder e se recusa a negociar com Damasco, os ataques aéreos da coalizão têm tido resultados muito aquém do necessário para erradicar a ameaça terrorista.
Além disso, cabe notar, a estratégia norte-americana de treinar rebeldes sírios supostamente “moderados” para a luta em solo contra o Estado Islâmico provou ser um erro colossal de análise geopolítica, na medida em que a vasta maioria dos rebeldes armados, uma vez treinados, passava invariavelmente à busca de seus próprios interesses, a despeito de quaisquer pretensões de comando dos EUA.
De acordo com a Agência Central de Inteligência norte-americana (CIA), as fileiras do Estado Islâmico têm cerca de 30 mil militantes. As autoridades iraquianas, por sua vez, dizem que o número chega a até 200 mil homens armados. Entre os membros do grupo, contam-se cidadãos de 80 países, incluindo França, Grã-Bretanha, Alemanha, Marrocos, Arábia Saudita, EUA, Canadá, Rússia e outros países da Comunidade de Estados Independentes (CEI).