Markus Reichel, ex-agente do Serviço Federal de Inteligência da Alemanha (BND), disse ao juiz que trabalhara para a CIA porque estava insatisfeito com seu trabalho.
"Ninguém confiava em mim com qualquer coisa no Serviço de Inteligência Federal (BND). Na CIA era diferente", contou o réu.
Além de admitir a espionagem para a CIA, aliás, Reichel também é acusado de fornecer três documentos ao serviço secreto russo.
A liberação dos documentos por parte de Snowden mergulhou os serviços de inteligência norte-americanos em uma crise severa de legitimidade e provocou uma repreensão da chanceler alemã, Angela Merkel, depois da revelação de que a Agência de Segurança Nacional norte-americana (NSA) havia grampeado o escritório da chanceler em Berlim.
Reichel, que sofre de uma deficiência parcial, se juntou ao BND no final de 2007, quando conseguiu um emprego na sala de correios da organização.
Ao longo de vários anos, ele recebeu US$ 100 mil de funcionários da CIA – geralmente em parcelas entregues em dinheiro vivo em um ponto de encontro secreto na Áustria – em troca de informações e documentos secretos de seus empregadores.
Até sua prisão, em 2 de julho do ano passado, ele ainda trabalhava para o BND. Se for condenado, pode pegar até 15 anos de prisão.