Christopher Stokes, diretor geral da MSF, declarou no comunicado que mais uma vez propagou a necessidade de realizar a investigação imparcial:
"O que provoca choque é o fato de que os ataques podem ter sido realizados quando as forças dos EUA não estavam olhando para o alvo e não tinham acesso à lista de objetos que não deveriam ser alvos de ataques, e também estavam com a comunicação muito ruim".
Os militares culpados já foram exonerados do serviço, e após receber os resultados da investigação, Campbell declarou:
"As medidas que têm a ver com a responsabilidade pessoal serão tomadas de acordo com a prática comum da justiça militar".
Segundo ele, o triste incidente mais uma vez mostrou a negligência da parte norte-americana em relação ao povo afegão:
"Semelhantes crimes acontecem não só por erros técnicos. É claro que a desorganização entre militares afegãos e americanos foi a razão importante dos acontecimentos e os culpados, gostaria de crer, serão punidos. Mas o fundo do crime está muito mais baixo".
Ele sublinhou especialmente que os EUA mais uma vez se esqueceram do direito internacional:
"Gostaria de responder a todos que acham que os ataques contra o hospital tinham fundamento, porque alegadamente talibãs e militantes do EI e outros terroristas estavam lá. Mas esperem, e o que se diz sobre o direito internacional, de acordo com o qual bombardeamento de objetos civis é proibido? Parece que os americanos ignoraram-no mais uma vez".
Enquanto tudo isso, a possibilidade de repetição dos acontecimentos em Kunduz continua existindo, segundo declarou à Sputnik o deputado do parlamento iraniano Nazar Torkman. De acordo com ele, mesmo tendo equipamentos militares modernos os EUA continuam fazendo erros semelhantes:
"Agora ninguém pode garantir a proteção de entidades civis no Afeganistão contra novos ataques. Nas duas semanas após o ataque ao hospital da MSF, os EUA continuaram realizando ataques aéreos contra alvos que ficam na proximidade direta de povoados".
Em uma sala, uma cirurgia estava sendo realizada. Ficou sem terminar por causa do bombardeio súbito, e o paciente morreu.
Uns dias mais cedo, no final de setembro, a cidade de Kunduz se tornara palco de confrontos entre o Talibã e as forças do governo afegão.