US Senator Richard Black sends letter to President Bashar Al Assad expressing support for Russian intervention pic.twitter.com/x4Od1zcxfo
— M Green (@MmaGreen) 17 novembro 2015
À Sputnik, o senador lembrou que, em 2001, o general Wesley Clark – ex-líder do Comando Europeu, que inclui todas as atividades militares dos EUA em 89 países e territórios na Europa, África e Oriente Médio – revelou planos de Washington de derrubar sete “nações pacíficas, incluindo a Líbia e a Síria”.
“Aqueles planos levaram aos piores desastres da política externa na história dos EUA”, disse Black.
Segundo ele, a Agência Central de Inteligência (CIA) norte-americana elaborou um pretexto para atacar a Líbia, a fim de enviar as armas do então presidente Muammar Khaddafi para a Turquia e, assim, derrubar eventualmente “o governo estável e secular da Síria”.
“Antes mesmo que a Líbia tivesse entrado em colapso, agentes começaram a enviar armas apreendidas para a Turquia a partir de uma base aérea líbia ocupada. A Turquia forneceu essas armas a terroristas sírios por anos”, disse ele.
O senador, representante do estado da Virgínia, disse ainda que “as agências de inteligência ocidentais instigaram a revolução síria a fim de derrubar o Presidente Assad”, cuja liderança secular seria repudiada pela Arábia Saudita e pela Turquia, que, segundo Black, prefeririam ver na Síria uma “severa ditadura islâmica”.
“Se os turcos e sauditas forem bem-sucedidos, eles vão instalar um brutal regime islâmico dominado pelo Estado Islâmico ou pela Al-Qaeda. Um banho de sangue massivo, com o estupro e a escravização de cristãos, alauítas, drusos e muçulmanos moderados se seguirá inevitavelmente”, disse ele à Sputnik.
Ainda segundo o senador norte-americano, o ataque químico de Ghouta, ocorrido em agosto de 2013 nos arredores de Damasco, foi “encenado por rebeldes para atrair a América [os EUA] para um combate direto contra a Síria”. O fato, segundo lembrou o político, foi confirmado pelo ganhador do Pulitzer Seymour Hersh, que afirma que o ataque com gás sarin na Síria foi realizado por rebeldes sob a direção de agentes da inteligência turca.
À Sputnik, Black disse que, apesar do anúncio sobre o encerramento do programa de treinamento de “rebeldes moderados” da Síria por parte do Pentágono, “os EUA continuam profundamente envolvidos em treinar terroristas e em armá-los para confrontar as legítimas forças sírias”.
“Nos últimos quatro anos, os EUA treinaram 200 terroristas a cada mês apenas em bases na Jordânia. Essas jihadistas atravessam regularmente a fronteira para invadir a Síria. A CIA também administra campos de treinamento na Arábia Saudita, no Qatar e na Turquia. Dezenas de milhares de caminhões Toyota equipados com canhões de 23 mm estão sendo entregues nos portos da Turquia, a partir da Croácia, e sendo entregues a facções ligadas ao Estado Islâmico e à Al-Qaeda que lutam na Síria”, disse ele.
“Eu tenho um profundo afeto pelo povo sírio, mas seu lar é na Síria. Em vez de reassentá-los no exterior, deveríamos parar de fornecer armas aos terroristas e trazer um fim à guerra”, declarou o senador à Sputnik.
De fato, segundo ele, as nações ocidentais que começaram a guerra teriam a capacidade de acabar com ela se assim o desejassem.
“Não se engane, a guerra continua unicamente porque a coligação continua a jogar lenha na fogueira. Esta guerra é impulsionada por uma série de coisas relacionadas, incluindo: 1 — os petrodólares sauditas, financiando enormes compras de armas de comerciantes de armas ocidentais; 2 — a Turquia mantendo lacunas na fronteira, através das quais ela inunda os [grupos] afiliados do Estado Islâmico e da Al-Qaeda de jihadistas, veículos e armas; e 3 — comerciantes de armas ocidentais fornecendo mísseis antitanque e antiaéreos para os jihadistas”, concluiu o senador norte-americano.