Ancara declara que abateu o avião russo porque este último violou o espaço aéreo turco. Enquanto isso, ambos – o Estado Maior russo e o Comando da Defesa Aérea da Turquia confirmaram que o Su-24 se encontrava no espaço aéreo sírio no momento da derrubada e nunca violou a fronteira da Turquia, segundo dados de controle objetivo.
Segundo declarou à Sputnik Mohammad Mujahid Zayat, o especialista em segurança, ex-procurador da Divisão de Inteligência geral egípcia, a decisão turca de abater o avião russo foi tomada para aumentar as tensões na região onde estão em curso várias tendências que pouco agradam a Ancara.
"A Turquia receia a reaproximação entre a Rússia e o Irã, que estão criando uma espécie de coalizão, não só em relação à crise síria, mas também no nível da política regional em geral," disse.
Zayat acredita que as ações de Ancara foram coordenadas com Washington antes de realização desta provocação.
"O fato de que a Turquia imediatamente começou consultas com a OTAN em vez de falar com a Rússia apresentando desculpas e explicações prova isso", disse.
Outro especialista, o analista politico egípcio Nabil Haitham está de acordo e disse à Sputnik:
"A decisão turca não poderia ser tomada sem o apoio da OTAN, especialmente dos Estados Unidos".
Ele sublinhou especialmente duas razões que o lado turco poderia ter para justificar a derrubada do avião russo: "para realizar um golpe moral contra a Rússia" e para "seduzir os russos para uma armadilha que poderia os distrair da luta contra o terrorismo, evitando que haja um equilíbrio de poder no Oriente Médio ".
Ele notou que Moscou conseguiu estabelecer as regras de comportamento militar com o lado turco e os seus aliados em vez de responder à provocação.
Segundo a opinião de Haitham, a Turquia começou uma luta arriscada com a Rússia e pode pagar "o preço alto" pelo incidente.
Ambos os especialistas entrevistados admitem que a derrubada do Su-24 russo levará a um esfriamento sério nas relações entre os dois países.