Segundo o jornal norte-americano The Wall Street Journal, parece que o grupo terrorista encontrou uma nova base para “obter lucro do petróleo e planejar ataques terroristas”. Estas estimativas se baseiam em dados da inteligência líbia e informações de habitantes locais.
Aparentemente, o grupo de militantes expandiu o seu pessoal e intensificou as suas atividades na cidade de Sirte, no litoral mediterrâneo, desde fevereiro de 2015 quando, pela primeira vez, anunciou a sua presença na área. A nova base está praticamente em frente a Itália, do outro lado do mar Mediterrâneo.
Sirte é um portão para algumas jazidas de petróleo e refinarias que ficam no mesmo litoral. O jornal destaca que, no ano passado, o Estado Islâmico já alvejou aquelas instalações petrolíferas.
”Eles já anunciaram as suas intenções”, diz o jornal citando Ismail Shoukry, chefe da inteligência militar da região que inclui a cidade de Sirte, “Querem combater até Roma”.
O grupo já anunciou os seus planos de recrutar militantes estrangeiros e apelam a viajar para a Líbia ao invés da Síria. Segundo os habitantes locais e militares líbios, houve um grande fluxo de militantes estrangeiros e de suas famílias nas últimas semanas.
Cerca de 85% da produção de crude líbio em 2014 foi vendido à Europa. A Itália foi o maior cliente. Para além disso, metade de gás natural produzido pelo Estado Islâmico na Líbia é exportada para a Itália.
“O controle do Estado Islâmico sobre esta região levará a problemas econômicos”, disse o líder da operação líbia, “especialmente para a Itália e o resto da Europa”.
De acordo com o jornal the New York Times, mais de 150 km do litoral líbio estão sob o controle do Estado Islâmico. Na opinião da inteligência ocidental, os terroristas podem usar Sirte como base reserva se forem expulsos da Síria e do Iraque.
What a difference 4 years makes in NYT headlines pic.twitter.com/Ipt0jQmsFZ
— Glenn Greenwald (@ggreenwald) 29 ноября 2015
Parece que os militantes conseguiram usar as divisões internas na Líbia nos seus interesses. Há que lembrar que o país tem dois governos que estão envolvidos em um combate violento pelo poder e não contra o terrorismo.