Funcionários do Departamento de Justiça norte-americano e do Comitê de Assuntos Políticos e Jurídicos chinês participaram do encontro. Eles acertaram programas específicos para reforçarem a segurança cibernética, identificaram casos para a futura cooperação e conversaram sobre alguns eventos, como o roubo de dados do Gabinete de Gestão de Pessoal dos EUA por hackers chineses. A ação foi inicialmente tratada como um ataque patrocinado pelo Estado, mas que seguiu como um crime comum na Internet.
Os representantes norte-americanos pediram o aumento do compartilhamento de dados e do esforço conjunto contra estes crimes, especialmente o terrorismo e o roubo de segredos comerciais.
O especialista na área de inteligência competitiva, Andrei Masalovich, antigo pesquisador da Agência Federal de Comunicações e Informações Governamentais, comentou a situação do diálogo sino-americano sobre o combate aos crimes cibernéticos. Masalovich destaca algumas tendências positivas nesta área.
"A primeira é que os norte-americanos tentaram estabelecer as suas regras no ciberespaço mas, nos últimos anos, perceberam que não conseguem. Um sintoma muito significativo é que reconheceram a presença da Rússia e da China e outros países neste espaço. A segunda é que vários países avançaram significativamente na criação de tropas cibernéticas e diferentes tipos de ciberarmas <…>. Não há já o monopólio dos EUA, o que é bom. A terceira é que se iniciaram reuniões bilaterais e multilaterais sobre a cibersegurança", afirmou Masalovich.
Na opinião do especialista, os EUA também terão encontros sobre cibersegurança com a Rússia que, por seu turno, os terá com outros países. Assim, serão introduzidas novas regras para agir no espaço cibernético.
Masalovich sublinhou que há um problema jurídico ligado ao fato de não haver uma definição clara do que é um ataque cibernético, de não estar decidido como provar a existência de crime cibernético, etc.
Um novo diálogo ministerial entre os EUA e a China ficou marcado para junho, em Pequim.