O jornal britânico sugere que a situação ficou ainda pior para o Brasil na quarta-feira (16) com o rebaixamento de rating do Brasil, de BBB- para BB+, pela agência Fitch – que se torna, assim, ao lado da Standard & Poor's, a segunda agência a classificar o País como “junk”.
“O que nós vemos hoje são tentativas do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional de quererem ditar normas e rumos para as economias. Claro que isso não pode dar certo”, disse ainda o renomado economista brasileiro.
“Os Estados Unidos, que terão um crescimento máximo de 2,5% este ano, são elogiados. Já a China, que crescerá ‘apenas’ 7%, é criticada por não crescer 7,5% como o seu Governo previa. A Índia também tem a sua importância diminuída, e Brasil e Rússia são constantemente atacados. Então, não há como não ver uma certa animosidade contra os BRICS e um papel discutível por parte de alguns órgãos da imprensa internacional. Mas quem quiser que acredite neles”, pontuou o especialista.
Em entrevista à Sputnik nesta quarta-feira, o cientista político e historiador Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira defendeu a tese de que os EUA têm interesse na desestabilização dos BRICS para tentar manter o monopólio do dólar.
"Embora, aparentemente, o dólar esteja forte, há na verdade uma contradição muito grande na economia americana. Porque o consumo, os gastos, o déficit, a dívida pública supera todo mês o Produto Interno Bruto. Então existe um monopólio da moeda de reserva internacional pelos Estados Unidos. E isso eles não querem perder. [O presidente da Rússia, Vladimir] Putin está desafiando esse monopólio, assim como a China e o Brasil, com a formação do Banco dos BRICS", disse o analista.
Para Levy, entretanto, o rebaixamento do rating não significa fuga de investidores do país. "As pessoas querem investir no Brasil", disse o ministro da Fazenda. Prova disso, destacou, foi o sucesso do leilão das usinas hidrelétricas, que, segundo ele, deve injetar US$ 4 bilhões no país. "Pela primeira vez sem pegar dinheiro do BNDES", acrescentou. Na avaliação de Levy, isso mostra que os investidores têm confiança no Brasil.