Antes de proceder à entrevista, vale a pena explicar quem é o doutor Paulo Morais, que se posiciona como um lutador contra a corrupção. São dele as palavras: “A margem de lucro do urbanismo em Portugal só é equivalente à do tráfico de droga”; “O Parlamento é o centro de corrupção em Portugal. Isto porque muitos deputados são, simultaneamente, administradores de empresas”. “Existe uma promiscuidade absoluta entre Estado e os privados”. Estas acusações, feitas em diversos debates na mídia nos últimos anos, proporcionaram-lhe uma fama dúbia: tanto suscita entusiasmo (“Simplesmente fabuloso! Com um candidato destes ninguém ficará em casa no próximo dia 24 de janeiro de 2016”, diz um cidadão anônimo) como desconfiança e até indiferença (“Grande perda de tempo”, “Não gosto de oportunistas que cavalgam a onda da opinião pública”, diz outro leitor).
Acabaria por se afastar do seu partido, o PSD (Partido Social Democrata, de centro-direita), denunciando a corrupção, que ele considera um dos principais males do país.
Em junho de 2011, por exemplo, criticou as “vigarices” na área do urbanismo que se praticam em muitos municípios, acusando-os de “valorizar terrenos à ordem dos 2.000% sem qualquer dificuldade”, apenas para beneficiar um determinado “predador imobiliário”.
Paulo Morais foi o primeiro a formalizar a sua candidatura às eleições para a Presidência da República, que terão lugar em Janeiro de 2016. No passado dia 1º de Dezembro, entregou no Tribunal Constitucional quase 8.000 assinaturas.
A Sputnik entrevistou em exclusivo o candidato, que nos falou sobre a sua campanha e os resultados que já alcançou.
Sputnik: Terminou o prazo de apresentação das candidaturas às presidenciais. Que balanço faz da pré-campanha?
S: Os partidos de esquerda obtiveram a maioria nas últimas eleições, mas agora um dos candidatos presidenciais de direita parece ter a preferência. Como explica isso?
S: Tendo em conta as exigências do Tratado Orçamental, como acha que será a relação das instituições europeias com o novo governo português?