O Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) passou 30 anos lutando pela autonomia para os curdos da Turquia. Ancara e os seus aliados ocidentais, incluindo Washington, classificaram o PKK como um grupo terrorista.
"O PKK está na lista dos (grupos) terroristas dos Estados Unidos e Turquia é um aliado valioso, então, infelizmente, é improvável que o governo dos EUA levante um dedo sem uma pressão da opinião pública em larga escala", disse Chomsky.
Grupos de direitos humanos locais avaliam o número de civis mortos desde julho em bem mais de 100.
Chomsky observou que Washington nunca prestou grande atenção às atrocidades contra os curdos, particularmente durante os anos 1990, quando os massacres estiveram "entre os piores crimes de terrorismo estatal do mundo."
"Os Estados Unidos forneceram oitenta por cento das armas", afirmou Chomsky. "Quase não houve relatórios [sobre a situação] e os poucos de nós que tentaram organizar algum protesto foram silenciados."
Na sexta-feira, as autoridades turcas detiveram pelo menos 18 acadêmicos sob acusação de suposta propaganda terrorista depois de eles assinarem uma declaração pedindo ao governo turco para parar seus massacres nas províncias curdas. A declaração foi assinada por 1.128 acadêmicos, incluindo Chomsky.
This is currently what happens to academics who signed "petition for peace" in #Turkey. Police storm house pic.twitter.com/PKwyAda52o
— TurkJourno (@TurkJourno) 15 января 2016
O procurador-chefe Mustafa Kucuk acusou o grupo de difundir propaganda terrorista e de "insultar a integridade moral do Estado". O primeiro-ministro Ahmet Davutoglu fez alusão de que os acadêmicos teriam escolhido "alinhar-se" com os terroristas.
Na sexta-feira, os estudantes protestaram contra as detenções com cartazes "não toque no meu professor".