Protestos contra Macri param a Argentina pela libertação imediata de Milagro Sala

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Enquanto organizações sociais convocam atos e fecham estradas em toda a Argentina nesta sexta-feira (22) para exigir a libertação da ativista indígena Milagro Sala, presa desde o dia 16 e em risco de morte devido a uma greve de fome, o Presidente Mauricio Macri se vê cada vez mais acuado diante dos protestos em massa contra sua gestão neoliberal.

​Mais de 500 manifestações foram convocadas para hoje em toda a Argentina por diversas organizações sociais para as quais a prisão de Sala, que é deputada do Parlasul, líder da organização Tupac Amaru e uma das principais vozes da oposição no país, constitui um claro caso de perseguição política e de criminalização dos protestos sociais. 

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Prisão da líder indígena Milagro Sala eleva tensões contra Macri na Argentina
Em um quadro mais amplo, os manifestantes atacam o governo de Macri por sua agenda neoliberal que ameaça os direitos conquistados pelos trabalhadores nos últimos 12 anos da era kirchnerista.  

A Confederação de Trabalhadores da Economia Popular (CTEP) da Argentina, por exemplo – um dos muitos movimentos sociais que saem hoje em defesa da ativista indígena – afirma que “o conjunto de políticas econômicas e sociais implementadas pelo Governo Nacional aponta para a produção do desgaste do cooperativismo e para o prejuízo dos direitos dos trabalhadores da Economia Popular”.

​Pela manhã, partidos políticos de esquerda e grupos de estudantes bloquearam o tráfego no centro da cidade de Buenos Aires.

​Em Jujuy, onde Sala continua presa por ordem do governador Gerardo Morales, diversas organizações sociais ligadas à Tupac Amaru anunciaram bloqueios em várias cidades da província e do país, a fim de pressionar pela libertação da ativista.

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​Ontem (21), em Davos, na Suíça, Macri se irritou com um jornalista que comparou a prisão de Sala com a do opositor Leopoldo López na Venezuela de Nicolas Maduro. 

López, preso por incitar atos violentos que resultaram na morte de 43 pessoas durante protestos em 2014, “não fez nada” para merecer a prisão, segundo afirmou Macri.

"Você está falando sério? Não. Você não pode estar falando sério. Você não pode comparar Leopoldo López com Milagro Sala. López não fez nada errado para que você o compare com Milagro Sala", respondeu o presidente ao jornalista Alejandro Bercovich, enviado pelo jornal BAE Negocios, encerrando a entrevista coletiva em seguida.

​Milagro Amalia Ángela Sala foi eleita deputada em 10 de dezembro de 2013 pela Frente Unidos e Organizados de Jujuy (sua cidade natal), mas renunciou ao mandato em dezembro de 2015 para se dedicar ao seu novo cargo eletivo, o de deputada do Parlasul, obtido através da coligação partidária Frente para a Vitória, de orientação peronista e kirchnerista.

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Como integrante da Tupac Amaru, Sala participa ativamente de campanhas pelo reconhecimento dos direitos dos indígenas e pela construção de moradias para a população economicamente menos favorecida. A organização atua em 23 províncias e tem mais de 4 mil filiados em todo o país.

No último dia 16, Sala foi presa e acusada de “instigação ao crime e à desordem” pelo governador da Província de Jujuy, Gerardo Morales, por ter organizado um acampamento pacífico na frente da sede governamental, há pouco mais de um mês, onde várias organizações sociais protestam contra as mudanças feitas pelo governo local, aliado do Presidente Macri, na política de distribuição de subsídios a cooperativas.

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