Segundo os médicos, o traumatismo impõe a necessidade de desencorajar, momentaneamente, qualquer viagem a lugares que estejam a 2.400 metros ou mais de altura em relação ao nível do mar.
A "recomendação médica" parece mais significativa e mais conveniente quando se observa que o anúncio da Casa Rosada sobre a ausência do presidente argentino na Cúpula da CELAC foi feito logo após terem circulado, na imprensa argentina, notícias sobre as duras críticas do presidente venezuelano Nicolas Maduro contra Macri, a quem acusou de agredir a Venezuela e de tentar quebrar a unidade da América Latina.
"Ou nos respeitamos a todos ou se acabam as regras do jogo nesta batalha pela nova América e pela nova história. Assim eu digo ao presidente da Argentina, que vem atacando a Venezuela", disse Maduro, dando uma prévia de como se posicionaria na reunião de líderes da América Latina e do Caribe, em Quito.
Em comentários televisionados na noite de sábado (23) em Caracas, Maduro disse ainda que as “regras do jogo” devem ser recuperadas “com base em um grande diálogo”, e que iria propor suas ideias na Cúpula da CELAC.
"Vou com tudo à Cúpula da CELAC em Quito, ninguém vai me calar. Vou com todas as verdades e que o espírito de união na diversidade seja respeitado. Não vou aceitar abusos de ninguém lá", afirmou o presidente venezuelano, em clara alusão a Macri.
Segundo relatou ao jornal Tiempo Argentino a líder das Avós da Praça de Maio, Estela de Carlotto, Macri se recusou a receber a organização por meio de uma carta, na qual alegou não ter tempo para “atividades múltiplas” e delegou o encontro ao seu chefe de Gabinete.
A recusa gerou preocupação e críticas, dado ser a primeira vez em 30 anos de democracia que um presidente se recusa a receber os representantes da luta pelos direitos humanos, segundo ressaltou o jornal argentino.
"Estamos vivendo momentos muito duros, perturbadores, vemos muitos comportamentos agressivos que vão se incorporando ao cotidiano. Tudo está nos deixando um gosto de um terrível autoritarismo que despreza o povo", advertiu Carlotto.