“Devemos manter uma cooperação com a Rússia, trocar informação sobre o inimigo comum: o terrorismo”, declarou.
“Deve haver uma cooperação internacional na troca de dados. A inteligência militar deve trocar informação com a OTAN e a UE, mas também com os países amigáveis. Os ministros da OTAN evitam uso da palavra ‘Rússia’, mas porque não? Devemos cooperar com a Rússia, não nos esqueçamos dos terroristas chechenos que atacaram a Maratona de Boston”.
Em abril de 2013 Tamerlan Tsarnaev e Dzhokhar Tsarnaev, irmãos de origem chechena, instalaram duas bombas à chegada da Maratona de Boston, que mataram três pessoas e feriram pelos menos 264. Mais tarde tornou-se público que as autoridades russas tinham avisado o FBI e CIA em 2011 que Tamerlan Tsarnaev poderia ter ligações a islamistas radicais.
“Nos países ocidentais há um medo, mas falar agora de um inimigo a norte é como escrever um roteiro para [um filme] de James Bond; tal não existe. Desde o fim da Guerra Fria não há ameaça a norte. O inimigo está no sul, no Oriente Médio e na África do Norte. Tem muito dinheiro e usa os próprios cidadãos de países ocidentais, imigrantes de segunda e terceira geração como na França, eles têm laços com o fluxo de migrantes e refugiados”.
“O vice-presidente dos EUA Joe Biden, o governo russo, o ministro da Defesa de Israel, todos fizeram declarações sobre isto”, disse Kammenos.
Lembramos que, em 26 de janeiro, Panos Kammenos teve uma reunião com o seu homólogo israelense Moshe Yaalon na qual eles discutiram o apoio da Turquia ao Daesh e exprimiram a esperança que Ancara mude a sua política.
O grupo terrorista Daesh (proibido na Rússia e reconhecido como terrorista pelo Brasil) autoproclamou-se "califado mundial" em 29 de junho de 2014, tornando-se imediatamente uma ameaça explícita à comunidade internacional e sendo reconhecido como a ameaça principal por vários países e organismos internacionais. Porém, o grupo terrorista tem suas origens ainda em 1999, quando um jihadista de tendência salafita, o jordaniano Abu Musab al-Zarqawi, fundou o grupo Jamaat al-Tawhid wal-Jihad. Depois da invasão norte-americana no Iraque em 2003, esta organização começou a fortalecer-se, até transformar-se, em 2006, no Estado Islâmico do Iraque. A ameaça representada por esta entidade foi reconhecida pelos serviços secretos dos EUA ainda naquela altura, mas reconhecida secretamente, e nada foi feito para contê-la. Como resultado, surgiu em 2013 o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, que agora abrange territórios no Iraque e na Síria, mantendo a instabilidade e fomentando conflitos.