Defesa de Milagro Sala: ‘Ela é vítima da criminalização dos protestos sociais’

© AFP PHOTO/EITAN ABRAMOVICHManifestação em Buenos Aires pela libertação de Milagro Sala
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A defesa de Milagro Sala, deputada no Parlasul e líder do movimento argentino Tupac Amaru, criticou a decisão do Juiz Gastón Mercau de rejeitar novo pedido de habeas corpus para soltura da ativista. Luis Paz, advogado de Milagro, se reuniu com ela nesta terça-feira discutindo as próximas etapas das ações que pretendem tomar na Justiça.

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“As razões alegadas pelo juiz para negar a soltura foram resumidas em quatro linhas, dizendo que Milagro Sala não oferece garantias processuais pela condição de dirigente sindicalista, por ter estreita relação com as cooperativas e a organização sindical Tupac Amaru, mas em nenhum momento diz que Milagro não cumpriria as condições impostas para sua soltura”, diz o advogado.

Para Paz, as razões apresentadas pelo juiz são meramente subjetivas.

Milagro foi detida duas vezes. A primeira em 16 de janeiro, sob a acusação de incitar violência durante protestos na Praça Belgrano, em San Salvador de Jujuy, capital da província, contra medidas econômicas anunciadas pelo Presidente Mauricio Macri. Solta dias depois, foi novamente presa em 29 de janeiro, acusada então de novos crimes relacionados à malversação de recursos públicos para empreendimentos habitacionais geridos pelo Tupac Amaru.

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“Primeiro foi detida sob a acusação de cometer delitos e depois acusada de associação ilícita, fraude ao Estado e extorsão, causas que têm que ver com a ideologia do Governo Nacional e do Provincial de Jujuy, de criminalizar os protestos sociais. A associação ilícita foi uma figura criada pela oligarquia argentina nos anos 20 do século passado para romper as greves dos trabalhadores e dos anarquistas daquele momento”, observa o advogado.

“Temos esperança de que em breve possamos apelar a instâncias superiores. Milagro é uma mulher que tem uma fortaleza espiritual muito importante, embora saiba que está presa em um processo absolutamente injusto e que suas garantias constitucionais estão sendo violadas pela Província de Jujuy por um ânimo puramente de vingança”, diz Paz.

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A prisão de Milagro Sala pode ser um tema espinhoso na agenda que o Papa Francisco terá com o Presidente Mauricio Macri, no dia 27, durante sua visita a Buenos Aires. Ainda no México, o Papa enviou a Milagro um rosário benzido por ele, por intermédio de Enrique Palmeyro, um de seus colaboradores mais próximos e número dois da Scholas Ocurrentes, rede global de escolas com status pontifício que surgiu em Buenos Aires e agora tem atuação mundial. Palmeyro entregou a lembrança a representantes do Tupac Amaru.

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