De acordo com os apelos do Conselho de Segurança da ONU à Turquia para parar de atacar os curdos, a questão da possibilidade de permitir que a Turquia realize uma operação terrestre na Síria continua sendo discutido.
Segundo o especialista em problemas da segurança nacional da Universidade de Damasco e cientista político Mehmet Yuva, a crise síria atual é muito parecido com "uma granada com o pino de segurança tirado e deixado nas mãos da Turquia".
"A Turquia atingiu um ponto que é caracterizado por uma perda de iniciativa e o impacto sobre a crise síria. O Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) por causa de sua política míope no que diz respeito à Síria está enfrentando um dilema político. No ambiente atual, e invasão turca no território sírio de Azaz e sua rejeição deste passo terá consequências graves", disse.
O especialista também chamou atenção à hipocrisia do lado turco, que considera tropas curdas de YPG como terroristas no território ao ocidente de Efrat e considera as mesmas milícias de YPS ao ocidente desta cidade de uma oposição moderada.
"Curdos sírios têm agido muito astutamente por trabalhar estreitamente com todos os jogadores influentes em relação à Síria — com a Rússia, os Estados Unidos e pelas autoridades sírias. Essa tática lhes permitiu reforçar a sua posição política e militar na região", sublinhou o especialista.
O cientista político notou também que as ações russas na Síria não tiveram como um objetivo minar ou interferir com os interesses da Turquia, mas mesmo assim Ancara não reagiu adequadamente aos apelos do presidente da Rússia de cooperar na questão da resolução da crise síria.
"E, como resultado desta omissão, a Turquia agora sente que tinha perdido a influência na região", concluiu.