Pekin sublinhou que a Turquia age visando derrubar Assad e substituir o seu regime por um governo sunita. As Forças Armadas turcas seguem as ordens do seu comando.
“Estou seguro de que as Forças Armadas da Turquia não têm as mesmas intenções que Ancara. Essencialmente, são obrigadas a concretizar as ordens. Posso dizer com certeza que as Forças Armadas da Turquia nunca apoiam a ideia de realizar uma operação militar contra o país vizinho”.
O ex-chefe destacou que há oposição ao governo turco dentro das Forças Amadas do país.
“Há a compreensão de que a derrubada de Assad, na verdade, não resolverá o problema. Ao invés disso, este passo pode causar uma maior e mais prolongada instabilidade na região”, disse Pekin.
“Com certeza, há oposição dentro das Forças Armadas porque muitos compreendem que, ao invés de se envolver numa guerra inútil, muito cara e prolongada seria mais benéfico consolidar o regime sírio e afastar as hostilidades o mais longe possível das nossas fronteiras”, afirmou.
Ao mesmo tempo, Pekin disse que a invasão turca em Afrin e Azaz pode ter consequências muito negativas, nomeadamente confrontos com a Rússia. Na sua opinião, mesmo uma pequena operação terrestre na Síria pode levar a Turquia para um beco sem saída. Há sinais de que tal operação está sendo preparada. Por exemplo, são alteradas as regras de reação a ameaças externas. Se a “Turquia se atrever a dar este passo”, “as consequências serão irreversíveis”.