Na opinião do especialista russo em assuntos da América Latina, Mikhail Belyat, o presidente descreve uma situação como ela é na realidade. De acordo com ele, os norte-americanos tentam evitar que as empresas chinesas penetrem na América Latina, especialmente as empresas industriais, as com forte componente científico e capital intensivo.
“A influência das empresas norte-americanas e do Departamento de Estado dos EUA na Bolívia agora não é tão forte como foi, digamos, 20 anos atrás <…>. Mas é certo que os EUA encaram com inveja a penetração de empresas chinesas, a influência chinesa no hemisfério ocidental em geral e na América Latina, em particular”, disse Belyat.
Em 26 de Fevereiro, a polícia boliviana deteve Gabriela Zapata. O ministro dos Assuntos Internos da Bolívia, Carlos Romero, disse trata-se de acusações públicas relacionadas com o apoio ilegal à empresa chinesa, por exemplo, o envio de cartas para vários departamentos por parte do governo.
“Quando a empresa violou algumas leis foi sujeita a sanções. Já antes do recente referendo, Evo Morales e o vice-presidente Álvaro García Linera declararam que todas as violações por parte da empresa foram sancionadas segundo a lei”, disse.
Kharlamenko afirmou que Gabriela Zapata não trabalha para a empresa por muito tempo. Entretanto, os seus irmãos tiveram encontros com a oposição e diplomatas norte-americanos. Provavelmente, quiseram tirar dividendos financeiros e políticos. Este escândalo, na opinião do especialista, bem como os ao redor do ex-presidente brasileiro e do vice-presidente uruguaio, foi criado do nada. É o método habitual de Washington de desacreditar e livrar-se de políticos "inconvenientes".