O jornalista alemão Jochen Bittner, autor de um artigo publicado no diário Die Zeit avaliou a situação em torno do Ártico.
Enquanto isso, é geralmente sabido que existem regras que estabelecem a partilha conjunta do Ártico.
De acordo com a legislação existente, quer dizer, com o Direito do Mar, o fator determinante para reivindicações territoriais é a extensão da plataforma continental de um Estado, isto é, a parte ainda pertencente à crosta continental, porém submersa. No que diz respeito à plataforma continental russa, esta inclui a Dorsal de Lomonossov, uma cadeia de montanhas submarina que passa por todo o Polo Norte.
Em outras palavras, aquele país ao qual esta cadeia de montanhas pertence, passa a possuir também a parte do oceano que está localizada acima dos 70 graus de latitude norte.
Além disso, o autor explica o interesse pela região ártica não só pela existência de riquezas naturais significativas, mas também pelas mudanças que estão acontecendo no clima da Terra, ou seja, o aquecimento global e o degelo, o que leva a determinadas vantagens:
“O degelo do Ártico permite que esta zona seja navegável, criando a via marítima mais curta entre os países mais ricos do planeta. Tendo em conta todos estes interesses, aparece uma questão importante, que também tem a ver com o prestígio: quem, em suma, é dono do Polo Norte – a OTAN ou a Rússia?”
Além desta questão, o autor coloca várias outras: o que acontecerá se algum país não quiser obedecer às regras existentes? Pode acontecer, diz ele, que a “febre do Ártico” venha a ser agravada pela falta de compreensão das intensões de outras partes.
Nikita Lomagin, professor de ciência política da Universidade de São Petersburgo, respondeu às questões colocadas pelo autor.
“Ao instalar forças adicionais no Ártico, a Rússia só quer garantir a segurança das suas fronteiras norte – inclusive face às ameaças provenientes da América, que, em casos duvidosos, nem admite nenhumas fronteiras”, notou.