O homem, cujo nome não será revelado por razões de segurança, viveu na área por vários anos. Ele contou à Sputnik como os militantes do grupo terrorista tratavam os locais e o que faziam no território sob o seu controle.
Extorsão de dinheiro
Terroristas roubam e fazem maquinações financeiras
Mesmo entre si, os terroristas do Daesh roubam e realizam maquinações financeiras, porque a maioria dos membros do grupo é estrangeira e a razão principal de entrada no grupo é o lucro.
“Uma vez um militante egípcio foi nomeado como coletor de taxas. Ele tinha a tarefa de coletar dinheiro dos caminhões que transportam petróleo. Ele o coletou e fugiu para o Iraque com todo o montante”, contou a testemunha.
Uma religião bárbara
Os terroristas do Daesh fazem os habitantes locais obedecer às normas e regras de um tipo de Islã do qual os muçulmanos sírios nunca ouviram falar. Estamos falando sobre, por exemplo, punições obrigatórias para redimir a culpa frente aos militantes.
Citamos palavras da testemunha entrevistada:
“A punição depende do tipo de crime. Por exemplo, as acusações podem ser ‘porque fizeste a barba?’ ou ‘porque fumas de novo?’, ‘porque passeias de noite?’, ‘porque mostras os joelhos?’. Caso a pessoa passeie de noite ou mostre os joelhos, é levada para trabalhos de correção. Como de costume, tais pessoas vão para escavar trincheiras na [nas linhas de] frente do Daesh. Se trabalhar mal, apanha uma bala.”
Comida especial, mas não só comida
É fornecida a eles comida já preparada e embalada de produção estrangeira. Consomem bebidas especiais: energéticos e outros. Tudo chega a eles em uma embalagem. Com cada porção de comida eles recebiam comprimidos. Por exemplo, eles tomavam comprimidos com proteínas porque precisavam de estar em estado de combate, contou o ex-habitante da Deir ez-Zor.
Além de proteínas, eles também recebiam comprimidos psicotrópicos. Um militante recebeu uma dose após a qual ele nem percebia onde estava e o que fazia. Nesta condição, os terroristas podiam sair de casa e abrir fogo contra qualquer alvo que se movesse, inclusive crianças.
Satisfazer a luxúria jihadista
Além disso, os chamados “muçulmanos de verdade”, que devem criar meninas pequenas e as preparar para o casamento com militantes, são sauditas e libaneses. Como disse a testemunha, acontecia que uma menina podia “se casar por um dia só” com diferentes militantes até 10 vezes.
Crianças como “carne de canhão”
Segundo contou o sírio que escapou do Daesh, os adolescentes mais fortes fisicamente são preparados para participação em combates. As crianças entre 10 e 14 anos de idade, após ensino e recrutamento cuidadoso são enviados para linha de frente para combater contra o exército da Síria e a milícia armada síria. Outras crianças são enviadas para realizar atentados em lugares mais povoados.