Crimeia nunca voltará à Ucrânia

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Castelo Lastochkino Gnezdo (Ninho de Andorinhas) na Crimeia - Sputnik Brasil
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Crimeia vai fazer parte da Rússia por longo tempo, as negociações da sua "retoma" jamais podem começar e a reintegração de Donbass com Ucrânia pode ser paralisada durante décadas - eis as previsões de Lauren Goodrich, analista sênior para Eurásia e especialista nos assuntos da União Soviética da empresa privada de inteligência e pesquisa Stratfor.

"Não acho que alguém da parte russa, europeia ou americana pense que seria possível qualquer desenvolvimento ou ainda negociações sobre Crimeia", disse Lauren Goodrich durante uma entrevista com o site ucraniano Apostrophe.

"Parece que a Crimeia vai ficar nas mãos da Rússia por um longo tempo. A Rússia nem sequer negociará sobre este assunto. Para Moscou isso não é apenas instrumento para exercer a influencia sobre a Ucrânia, é quase uma questão nacional para a Rússia", acrescentou.

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A analista notou que qualquer conversa sobre o assunto desacreditaria a segurança nacional da Rússia e Moscou nunca seguiria por este caminho. Os russos não vão entender, portanto as negociações "nem sequer podem começar".

Goodrich disse que o Kremlin tinha usado a Crimeia para "consolidação do povo russo e do seu nacionalismo". Para devolver a península, a Ucrânia tem que esperar por "queda do regime russo" e não apenas de Vladimir Putin.

Em relação às tensões entre a região sudoeste da Ucrânia e Kiev, a analista supôs que isto transformaria no conflito gelado semelhante ao Nagorno-Karabakh e Ossétia do Sul e a sua reintegração com Ucrânia poderia ser paralisada durante décadas.

Goodrich descartou a hipótese de fornecimento de armamentos à Ucrânia por parte de uma potência europeia ou dos EUA, porque estes países "mantêm diálogo com a Rússia sobre vários assuntos que não são Ucrânia" e não vão querer "atravessar a ‘linha vermelha'".

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Kiev não deve contar com suporto diplomático prolongado, de acordo com a analista a União Europeia pode anular as sanções antirrussas sem retornar o controle de Donbass à Ucrânia. Para que isso aconteça, pelo menos um país europeu tem de fazer oposição às sanções.

"Um ponto interessante nesta historia é que prolongamento das sanções deve ser apoiado por unanimidade pelos todos os membros da UE. Sem isso a validade das medidas restritivas vai simplesmente expirar".

A analista, porém, notou que os EUA não iriam desistir das sanções e que os EUA estão exercendo uma "grande pressão" sobre UE, por causa disso nenhum dos países da EU está pronto para se opor às sanções. Ao mesmo tempo, Goodrich admite que nos próximos meses tudo poderia mudar.

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Ela também sugeriu que se o conflito em Donbass permanecesse paralisado por longo tempo, a UE poderia eventualmente aceitar ou mesmo concordar a revogação das sanções sem insistir na reintegração.

Falando das sanções impostos em conexão com a reunificação da Crimeia com a Rússia a analista notou que são muito diferentes daqueles relativas a Donbass.

"Acho que até a Rússia compreende que as sanções relacionadas à Crimeia provavelmente nunca serão levantadas. E a Rússia está disposta a aceitar isso, porque o impacto destas medidas restritivas é muito insignificativo".

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