Os chanceleres da Argentina, do Chile, do Uruguai e da Colômbia se pronunciaram, em declaração conjunta, a favor da iniciativa da oposição venezuelana sobre a realização de um referendo a respeito do afastamento prematuro do presidente Nicolás Maduro. É a primeira vez, nos últimos 17 anos da história do país, que a oposição obteve a maioria dos mandatos no parlamento nacional. Maduro já classificou as tentativas de derrubá-lo como uma traição à Pátria e como uma tentativa de intervenção estrangeira nos assuntos internos do país.
Segue o comentário do analista:
A situação é muito séria. Claro, que isso não é certo até ao final da votação. Mas em 13 de junho a Assembleia Permanente da organização começará a examinar a situação na Venezuela, sua crise governamental e a violação da ordem constitucional do país, o que poderá resultar na suspensão da Venezuela da OEA.
A organização, com sede em Washington, tem 36 países membros. Nem todos votarão contra a Venezuela. O Equador, a Bolívia e a Nicarágua, sem dúvida, apoiarão o presidente Maduro, pois são seus aliados tradicionais. Acredito que Cuba, se participasse da organização, também aderiria a este bloco. Assim como Cristina Kirchner, se permanecesse no poder, assim como Dilma Rousseff, se pudesse…
Entretanto, a Venezuela tem mais aliados do que pode parecer. Entre eles estão outros 15 países membros da OEA, que integram também a Petrocaribe, que é uma aliança em matéria petroleira. Nos anos gordos, a Venezuela ajudou muito a estas nações, tais como Trinidade e Tobago e a Jamaica, que têm o mesmo poder na votação igual ao dos Estados Unidos e ao do Canadá.
De acordo com as regras da OEA, para afastar um membro da organização é necessário obter uma maioria simples de votos favoráveis a essa decisão, ou seja, 19 países devem apoiar o afastamento. Três nações votarão certamente contra. Já em relação a estes 15 países caribenhos ainda não está tudo decidido.
De um lado tem Maduro, que ajudou os muito. Já do outro está Obama, que nos últimos anos tem tomado ativamente na região medidas contra a "diplomacia petroleira venezuelana" <…>
Se a maioria [dos membros da OEA] se pronunciar contra Maduro, ele ficará numa situação muito complicada. O país dele passara a ter uma reputação de Estado pária, igual à da Coreia do Norte. <…> Nesse caso, será muito alta a possibilidade de uma assistência militar muito forte à oposição parlamentar <…>
Maduro ficará desesperado, sem qualquer ajuda do exterior.
Concordo completamente com um jornalista ocidental que disse que a crise venezuelana não demorará e será resolvida em breve, de um ou de outro jeito".