Opinião: reconhecimento do genocídio armênio beneficia Putin

© Sputnik / Alexei Druzhinin / Acessar o banco de imagensPresidente da Rússia, Vladimir Putin
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O parlamento alemão aprovou uma resolução reconhecendo que o Império Otomano tinha cometido genocídio contra armênios durante a Primeira Guerra Mundial. Mas parece que nem todos concordam com a decisão do Bundestag. O jornalista do jornal alemão Die Welt Richard Herzinger receia que essa resolução só sirva para beneficiar o Kremlin.

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O analista político recordou que a decisão do parlamento em reconhecer o ato do massacre de mais de um milhão de armênios como um genocídio foi corajosa. Segundo ele, esse massacre tinha sido "um protótipo" do maior extermínio em massa do século 20, tendo o genocídio armênio deixado uma impressão duradoura em Adolf Hitler.

Entretanto, Herzinger acredita que, considerando a deterioração das relações entre Ancara e Moscou, esta iniciativa possa ter um caráter potencialmente perigoso, e que a resolução que beneficia a Armênia possa beneficiar também a Rússia.

"Hoje, a República da Armênia, uma antiga república soviética que obteve sua independência em 1991, é um aliado da Rússia e membro da União Econômica Euroasiática", disse ele.

Além disso, Yerevan está em situação da guerra com o Azerbaijão por causa da disputa sobre a região de Nagorno-Karabakh, na qual a Turquia suporta o Azerbaijão tentando limitar a influência da Rússia na região.

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A aproximação entre Ancara e o Azerbaijão é impossível, nomeadamente por causa de dissidências sobre a questão do genocídio armênio.  O reconhecimento internacional deste crime é o objetivo principal da diplomacia da Armênia de hoje.

Deste modo, segundo o analista, a decisão do parlamento alemão pode ser interpretada como um sinal de solidariedade com os armênios e, por consequência, com a Rússia.

O analista acredita que a discordância com a política de Erdogan beneficia os alemães que são a favor da abolição das sanções contra a Rússia e da normalização das relações com o "autocrata Putin".

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Comentando a análise do observador político, leitores alemães se questionam sobre sua lógica.

Um dos usuários apontou em tom de brincadeira que "é muito interessante registrar como qualquer assunto político externo pode regressar ao tema de Putin. Deus nos livre, mas se uma das estátuas na Ilha da Páscoa começar ruindo, logo Herzinger irá nos explicar como Putin poderá se aproveitar disso se não fomos vigilantes".

Outro leitor, respondendo às declarações de Herzinger que as "críticas duras do Presidente da Turquia beneficiam a Rússia de Putin", sugeriu que realmente "esse tipo de criticismo beneficia todo o mundo".

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