Citando a opinião de Mikhail Malyshevsky, o conselheiro do construtor-geral do consórcio Almaz-Antey, que produz os mísseis Buk, o artigo destaca os erros e absurdos básicos que o grupo Bellingcat usa na sua crítica do consórcio relativamente à catástrofe com o Boeing malaio do voo MH17.
Assim, tudo isso é fácil de perceber, os blogueiros enganaram propositadamente o público ocidental, não tendo explicado nada.
O que deve ficar claro é que o Almaz-Antey realizou dois testes de campo, o primeiro — para verificar mais uma vez a versão da catástrofe apresentada pelo Conselho de Segurança holandês (DSB) e o segundo — para verificar sua própria versão.
Cabe destacar aqui que o Conselho em questão chefiou o trabalho do comitê técnico que investigou a catástrofe que teve lugar na Ucrânia e levou à morte de 298 pessoas. O relatório final da investigação foi publicado no outono (primavera no hemisfério sul) de 2015.
Relativamente ao tipo de míssil e de ogiva
Logo após a catástrofe, a mídia divulgou a versão de que a causa da queda do MH17 foi não apenas um míssil Buk, mas especificamente um novo tipo de míssil russo – o 9М317 — que só a Rússia tem, mas não a Ucrânia.
Como provas foram apresentadas alegadas amostras de peças do míssil do local, em particular de submunições (em duplo T), mas o problema é que o 9М317 não tem nenhumas dessas peças (tem paralelepípedos). Além disso, nota o artigo, os lugares danificados a bordo têm dimensões de 13 a 14 mm e as submunições do novo tipo de míssil são de tamanho inferior e não poderiam deixar tais buracos.
Mas desde o início da investigação que outro tipo de míssil, o mais antigo 9М38 (antecessor do 9М38М1, impossível de distinguir por não-especialistas), nunca foi mencionado ou tomado em consideração — e este fato é visto no relatório holandês.
Relativamente aos testes de campo feitos pelo lado russo
O primeiro teste realizado pela Almaz-Antey permitiu negar a versão apresentada pela acusação internacional de que foi usado um míssil 9М38М1 com ogiva 9Н314М1 (única com duplo T).
O "grupo de investigadores" do Bellingcat — que o próprio autor pôs entre aspas, já que claramente dúvida da proficiência deles — não ficou atento aos resultados dos dois testes, misturando tudo e acusando o consórcio de tentativa de baralhar a opinião pública.
Mas de fato o próprio Bellingcat fiz algo bastante interessante: após o lado russo anular o caráter secreto de todas as caraterísticas técnicas dos mísseis, o grupo mudou o texto do seu relatório para este se parecer mais com a verdade.
Relativamente ao lugar de lançamento do míssil
De forma similar, o grupo Bellingcat tirou do contexto e criticou a versão de trajetória de voo do míssil. O Almaz-Antey, no seu relatório feito após a realização dos testes, negou o relatório feito pelo lado holandês, mostrando que Bellingcat tirou um slide com a trajetória fora do contexto, apresentando este como idêntico aquele que o consórcio russo apresentou após os testes. Mas de fato o consórcio negou esta versão do DSB.
Para não deixar a questão sem fundamento e fatos precisos, o relatório russo também apresentou a sua versão do lugar de lançamento – o povoado de Zaroschenskoe.