Em agosto do ano em curso, ela foi nomeada ministra da Defesa do Japão e já em setembro, na véspera de sua primeira visita a Washington, a mídia ocidental a chamou de "primeira-ministra em espera do cargo" e "sucessora" de Shinzo Abe, o atual primeiro-ministro.
Se Inada realmente se tornar a primeira mulher primeira-ministra na história do país, esse fato poderia ser algo excepcional a nível global. Mas será que o sonho americano está longe da realidade japonesa?
O Financial Times se refere à opinião de "vários comentaristas no Japão". Segundo um deles, "independentemente de quem seja o novo primeiro-ministro, Inada é, sem dúvida, uma das principais personalidades na política do Japão". Outro comentarista aponta que "em vista dos acontecimentos globais, é possível que uma mulher ocupe o cargo de primeiro-ministro".
Em entrevista à agência Sputnik, o ex-embaixador da Rússia em Tóquio Aleksandr Panov explicou que "a senhora Inada é uma política bastante jovem e não muito conhecida no Japão, mas Abe tenta fazer com que a elite política do Japão tenha o maior número possível de mulheres".
Panov destaca que o fato de Inana ter chefiado o Ministério da Defesa do país é algo excepcional.
Segundo ele, "a promoção posterior de Inada ao cargo de primeira-ministra é pouco provável", já que no Japão se formou uma fila de candidatos a esse posto. Segundo ele, o candidato mais provável é o atual secretário e chefe de gabinete Yoshihide Suga e o ministro das Relações Exteriores Fumio Kishida.
Vale notar que na mídia ocidental Inada não é a única candidata ao cargo. Mas os jornalistas americanos preferem exclusivamente mulheres, pois para cada mulher que consegue ocupar algum cargo político eles preveem que ela depois ocupe o posto de primeira-ministra. "Segundo a revista Time", se podemos nos expressar assim, a próxima primeira-ministra será Renho Murata, enquanto algum tempo atrás a CNN "apostava" na nova prefeita de Tóquio Yuriko Koike.
Segundo Fesyun, essa circunstância tem a ver com o chamado "síndrome das eleições". Ele afirma que caso uma mulher se torne a primeira presidenta americana – o mesmo cenário é possível em relação ao Japão.
É possível descobrir seja o que for na mídia ocidental sobre se Inada poderá se tornar primeira-ministra, até a possível propaganda camuflada de apelo ao voto a favor de Hillary Clinton. Mas não se consegue descobrir nenhumas previsões realistas.