Os dois líderes se encontraram às margens do 23º Congresso Mundial da Energia, que reúne representantes de mais de 80 países durante quatro dias em Istambul.
Erdogan disse que conversou com Putin a respeito da situação na Síria, e que as autoridades relevantes de seu país foram instruídas a trabalhar com os militares, os serviços de inteligencia e a chancelaria a fim de desenvolver uma estratégia conjunta para oferecer ajuda humanitária aos habitantes de Aleppo.
Putin, por sua vez, agradeceu a hospitalidade do presidente turco e, citando particularmente a área da agricultura, informou que o governo russo resolveu abrir o mercado do país para a Turquia, ressaltando que essa abertura ajudará a baixar os preços de frutas e outros produtos agrícolas na Rússia.
A respeito do Corrente Turca, o presidente russo mencionou a criação de um mecanismo de desconto para o gás que será fornecido no futuro, e disse que o gasoduto vai na direção dos planos de Erdogan de criar um hub internacional de energia na Turquia.
Além disso, Putin disse que os dois países também concordaram em desenvolver a cooperação em outras áreas, como a indústria espacial, o turismo e a cultura.
Sobre a Síria, o presidente russo voltou a defender o lançamento de um processo político o mais rápido possível, e disse que a Rússia e a Turquia haviam chegado a um entendimento para fazer todo o possível para permitir a chegada de ajuda humanitária a Aleppo.
"O único problema é garantir a segurança dos carregamentos humanitários", disse Putin.
O líder russo declarou ainda que informou Erdogan a propósito da recusa dos EUA a uma proposta de Moscou sobre a questão. Segundo ele, a Rússia havia proposto aos EUA tentar fazer com que tanto os soldados do governo sírio quanto os grupos da oposição se retirassem da estrada de Castello para abrir o caminho à passagem da ajuda humanitária e prevenir futuros atos provocativos, mas Washington teria "essencialmente rejeitado" a proposta.
A visita de Putin reforça o processo de desanuviamento das tensões que se instalaram entre Ancara e Moscou após o abatimento, por parte da Turquia, de um bombardeiro russo Sukhoi-24 na Síria em novembro do ano passado.
No início de junho, antes da tentativa de golpe na Turquia, Erdogan escreveu um pedido de desculpas à Rússia e aos familiares do piloto russo morto no incidente. Desde então, os dois países têm procurado reatar os laços.