Os especialistas russos deram entrevista à Sputnik Internacional às vésperas das eleições presidenciais nos EUA expondo suas visões sobre o assunto. Segundo eles, os EUA continuarão projetando força com objetivo de conter a China em termos político-militares e econômicos.
O vice-diretor do Instituto dos EUA e Canadá, Pavel Zolotarev, decidiu não dar palpites sobre possível resultado das eleições. Na opinião dele, o futuro das relações entre os EUA e a China vai depender mais da administração do próximo presidente, do que mesmo quem será eleito – Hillary Clinton ou Donald Trump.
"Na área militar, os EUA continuarão tentando projetar a força na região do Sudeste Asiático. O principal instrumento para isso são grupos aéreos de ataque. Por parte da China, a principal ameaça à projeção desta força é o potencial de mísseis de médio alcance convencionais e também, de mísseis com ogivas nucleares", ressalta Zolotarev.
Segundo ele, os EUA vão seguir reforçando o sistema de defesa antimíssil na região. Como exemplo, Zolotarev cita os complexos THAAD.
Aleksandr Larin, especialista na área das relações entre os EUA e a China do Instituto do Extremo Oriente da Academia de Ciências da Rússia, acredita que o curso do novo governo dos EUA não dependerá de quem ganhe as eleições presidenciais.
"Os EUA e a China estão realizando luta por influência, por um lugar mais firme, por vantagens econômicas e pelo controle da região do Sudeste Asiático", destaca Larin.
"Os EUA perderam o duelo para China sobre o controle do mar do Sul da China", assinala Larin.
Na opinião do especialista, a nova administração norte-americana terá que enfrentar a nova China, mais forte, que está expulsando os EUA da região do Sudeste Asiático e do Círculo do Pacífico em geral.
O economista-chefe do Instituto do Extremo Oriente da Academia de Ciências da Rússia, Yakov Berger, sugere que, a disputa entre as duas potências quando analisado quem, atualmente, faz parte de parcerias econômicas mais significativas – Parceria Transpacífico, Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB, sigla em inglês), o Novo banco do desenvolvimento dos BRICS (NBD), aumentará o empenho da China, tornando-a economia mais forte do mundo.
Embora Berger ache que as relações entre os dois países na área da economia serão mantidas, a prática de criação de várias uniões contra a China continuará, qualquer que seja o próximo presidente dos EUA.
"O lado forte de Trump é a política de isolacionismo, enquanto Clinton está focada no intervencionismo, mas ambos são quase unânimes em relação às políticas contra a China", conclui.