Especialistas estão preocupados com acordo nuclear entre Índia e Japão

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Na sexta-feira (11), o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e o seu homólogo japonês Shinzo Abe assinaram um acordo de cooperação nuclear depois de seis anos de negociações. O acordo corresponde às necessidades vitais estratégicas para as economias de ambos os países.

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A importação de novas tecnologias nucleares japonesas é considerada fundamental para o crescimento rápido da economia indiana. Tóquio tem praticamente o monopólio de produção de componentes de reatores seguros e usinas nucleares, os elementos críticos de que Nova Deli necessita para realizar um programa de cooperação nuclear.

Agora, as exportações de tecnologias nucleares do Japão, gravemente afetadas depois da catástrofe em Fukushima em 2011, vão ter acesso ao mercado crescente da Índia, que é estimado de 150 bilhões de dólares.

Os especialistas internacionais da esfera nuclear ficam apreensivos com o acordo, primeiramente devido ao ambíguo estatuto de não proliferação da Índia e à possibilidade deste país poder vir a usar a tecnologia japonesa para desenvolver armas adicionais.

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A Índia assinou uma moratória unilateral sobre testes nucleares depois de ensaiar a bomba de hidrogênio em 1998, mas fica relutante em assinar um tratado de não proliferação, afirmando que isso poderá criar uma divisão entre os países que desenvolveram as capacidades nucleares antes de 1967 e os que o fizeram depois daquele ano, permitindo só a cinco vencedores da Segunda Guerra Mundial ter  poder nuclear.

Akira Kawasali, da organização Peace Boat, baseada em Tóquio, acusou não o Japão, em entrevista ao jornal Deutsche Welle, de mitigar a sua posição "em nome de benefícios econômicos".

"O acordo dá os mesmos direitos 'de fato' à Índia que aos outros países que assinaram o tratado de não proliferação. Dando este estatuto especial à Índia, o Japão comprometeu a sua posição rígida sobre o tratado de não proliferação", disse ele. "O acordo indiano-japonês é passo muito importante que vem mudar o papel simbólico do Japão como advogado forte do desarmamento nuclear".

Toby Dalton, especialista em não proliferação e energia nuclear da Fundação Carnegie para a Paz Internacional, sediada em Washington, disse ao Deutsche Welle que, apesar do acordo ter sido assinado, ainda há "problemas cruciais que não estão resolvidos".

Não é certo, por exemplo, se Índia será autorizada a reprocessar combustível nuclear, e o que acontecerá se o país realizar novos testes nucleares.

Os advogados do tratado afirmam que a Índia não quer abandonar a sua moratória auto imposta. O jornal japonês Yomiuri Shinbun escreveu em 5 de novembro que o Japão vai parar a cooperação com Nova Deli se os países da Ásia do Sul fizerem qualquer novo teste nuclear.

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