Agora, as exportações de tecnologias nucleares do Japão, gravemente afetadas depois da catástrofe em Fukushima em 2011, vão ter acesso ao mercado crescente da Índia, que é estimado de 150 bilhões de dólares.
Os especialistas internacionais da esfera nuclear ficam apreensivos com o acordo, primeiramente devido ao ambíguo estatuto de não proliferação da Índia e à possibilidade deste país poder vir a usar a tecnologia japonesa para desenvolver armas adicionais.
Akira Kawasali, da organização Peace Boat, baseada em Tóquio, acusou não o Japão, em entrevista ao jornal Deutsche Welle, de mitigar a sua posição "em nome de benefícios econômicos".
"O acordo dá os mesmos direitos 'de fato' à Índia que aos outros países que assinaram o tratado de não proliferação. Dando este estatuto especial à Índia, o Japão comprometeu a sua posição rígida sobre o tratado de não proliferação", disse ele. "O acordo indiano-japonês é passo muito importante que vem mudar o papel simbólico do Japão como advogado forte do desarmamento nuclear".
Toby Dalton, especialista em não proliferação e energia nuclear da Fundação Carnegie para a Paz Internacional, sediada em Washington, disse ao Deutsche Welle que, apesar do acordo ter sido assinado, ainda há "problemas cruciais que não estão resolvidos".
Não é certo, por exemplo, se Índia será autorizada a reprocessar combustível nuclear, e o que acontecerá se o país realizar novos testes nucleares.
Os advogados do tratado afirmam que a Índia não quer abandonar a sua moratória auto imposta. O jornal japonês Yomiuri Shinbun escreveu em 5 de novembro que o Japão vai parar a cooperação com Nova Deli se os países da Ásia do Sul fizerem qualquer novo teste nuclear.