As Ilhas Curilas estão localizadas na fronteira entre o Mar de Okhotsk e o Oceano Pacífico, aninhadas perto de Sacalina russa e Hokkaido japonesa. Elas consistem do Maior Cume das Curilas e o Menor Cume das Curilas.
A disputa russo-japonesa pela posse das ilhas começou ainda no século XVIII. Em 1804, a Rússia e o Japão compartilhavam o controle das ilhas, com influência japonesa mais forte no norte e russa nas Curilas do Sul. Formalmente, porém, a Rússia continuava a possuir todo o arquipélago.
Em 1875, a Rússia e o Japão assinaram um tratado que cedeu 18 ilhas do arquipélago das Curilas ao Japão. Por sua vez, o Japão reconheceu a jurisdição russa completa sobre a Sacalina. O tratado de 1875 permaneceu em vigor até 1905, quando a Rússia e o Japão assinaram o tratado de paz de Portsmouth. O Japão saiu vitorioso da Guerra Russo-Japonesa de 1904-1905, com a Rússia cedendo todo o arquipélago das Curilas e algum território no sul da ilha Sacalina.
A derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial virou o curso novamente, com a União Soviética ganhando de facto o poder sobre todas as Ilhas Curilas. No entanto, o Tratado de São Francisco de 1951, que a União Soviética se recusou a assinar, não fazia menção à transferência da soberania das Ilhas Curilas.
Em 19 de outubro de 1956, a União Soviética e o Japão assinaram uma Declaração Conjunta sobre o fim de estado de guerra entre os dois países e sobre o restabelecimento das relações diplomáticas e consulares. A União Soviética concordou, provisoriamente, em ceder as ilhas Habomai e Shikotan ao Japão se e quando o tratado de paz fosse concluído.
As ilhas de Iturup, Kunashir, Shikotan e Habomai permanecem em disputa por Moscou e Tóquio.
A possibilidade de devolução das duas ilhas designadas na declaração de 1956 ao Japão foi repetidamente falada e depois arquivada pela administração Putin.
O destino das ilhas é visto como uma questão do orgulho nacional em ambos os países.
Em setembro, 53 por cento dos russos questionados pelo Centro de Pesquisa de Opinião Pública Russo (VTsIOM) afirmavam que as Ilhas Curilas deverão continuar a pertencer à Rússia, enquanto 42 por cento apoiavam a continuação das negociações entre Tóquio e Moscou.
Em 2005, uma pesquisa semelhante mostrou que mais de 70 por cento dos russos eram contra a entrega das ilhas ao Japão.
Este "abrandamento" da opinião pública pode sinalizar um bom momento para um novo acordo.