O que resulta da 'abençoada ignorância' do público dos EUA?

© REUTERS / Alaa Al-MarjaniSoldado americano tirando uma selfie na base militar dos EUA em al-Qayyara, ao sul de Mossul em 25 de outubro de 2016
Soldado americano tirando uma selfie na base militar dos EUA em al-Qayyara, ao sul de Mossul em 25 de outubro de 2016 - Sputnik Brasil
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Ignorância "preocupante" do público estadunidense sobre os assuntos globais poderá acabar resultando em confrontação desnecessária ou numa guerra, disse à Sputnik Internacional o analista político Doug Wead.

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Em entrevista à Sputnik, o analista, que foi conselheiro de dois presidentes dos EUA, acusa o público desse país de sua ignorância ‘preocupante' em relação aos assuntos globais que poderá acabar por resultar em confrontação desnecessária ou numa guerra.

Ele fez essas observações após o Conselho das Relações Exteriores, baseado nos EUA, ter publicado seu novo relatório sobre as ameaças mais perigosas a ter cuidado em 2017.

O nono documento anual desse think tank, que é usado pelos especialistas em relações exteriores, avalia confrontos possíveis em todo o mundo por sua probabilidade e impacto e faz uma lista de uma perspectica dos EUA.

A própria lista começa com a possibilidade de um confronto militar entre a Rússia e a OTAN, algo que é visto só como um senário de probabilidade moderada.

Outras ameaças prioritárias para 2017 incluem um ciberataque demolidor contra infraestruturas cruciais dos EUA e um ataque terrorista contra o território dos EUA, ou contra o território de seus aliados fieis, que resultará em grande numero de vítimas.

Além disso, o relato considera quatro conflitos que estão decorrendo agora como menos prioritários.

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Eles incluem: a instabilidade política nos países da União Europeia resultante da crise de refugiados, a fragmentação do Iraque causada pela violência sectária e pelo Daesh, a escalada de tensões entre israelitas e palestinos e o colapso político da Líbia.

Comentando o assunto, Doug Wead condenou, primeiramente, a ignorância lamentável do público estadunidense, o que poderá vir a ter consequências consideráveis.

"Tudo isso é muito preocupante e o que me preocupe mais é a ignorância do público estadunidense, porque às vezes ela pode levar a confrontos e mal-entendidos desnecessários, assim como a uma guerra", disse.

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Como exemplo ele mencionou a abordagem tendenciosa usada pela "mídia corporativa" dos EUA para descrever a situação na Síria, onde ele disse que "há terroristas entre os rebeldes". Segundo disse ele, tal mídia "não partilha" informação sobre o assunto.

Quando lhe foi perguntado o que ele via como o maior desafio para os EUA, Wead respondeu imediatamente: a corrução.

"Estou de acordo com o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que a corrução nos EUA é o nosso maior problema. Creio que ela atinge um nível em que já é uma ameaça para a nossa sobrevivência", acrescentou.

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