Espera-se que com essa visita Abe homenageie os mais de 2,5 mil americanos mortos em Pearl Harbor.
Segundo analistas, a viagem do líder japonês era um passo esperado. Por seu turno, Barack Obama foi o primeiro presidente americano a visitar Hiroshima. Assim, os líderes dos dois países irão demonstrar a importância da aliança militar entre os dois países.
Pshenichnikov explica que o bombardeio de Hiroshima e Nagasaki foi a "resposta americana à humilhação" que os EUA sofreram com ataque a Pearl Harbor:
"Para Washington, Pearl Harbor se tornou justificação moral para usar armas nucleares. Mas seu uso tinha planos de longo prazo para os americanos: derrotar o Japão com base nas condições mais favoráveis para os EUA. A história mostrou qual foi o proveito de Washington: o domínio militar no Círculo da Ásia e Pacífico", ressalta o conselheiro.
Após a capitulação do Japão, os EUA o "transformaram em porta-aviões inafundável" na confrontação com a URSS, opina.
Pshenichnikov destaca que as 94 bases militares americanas no Japão são o maior contingente militar americano no Círculo Pacífico, tendo os americanos pleno direito de instalar lá quaisquer armas e as tropas que o Pentágono quiser. Mas, por seu turno, os EUA se comprometem em proteger o Japão de qualquer agressor.
Contudo, Pshenichnikov chama atenção para um detalhe importante:
"No contexto da elaboração do conceito de 'ataque global imediato' pelos EUA, não há dúvidas que as bases americanas no Japão estarão envolvidas nesse jogo", frisa o conselheiro.
Neste contexto, Pshenichnikov acha bem lógico o recente deslocamento dos sistemas de mísseis costeiros Bastion e Bal pela Rússia para as ilhas de Iturup e Kunashir.
No entanto, o Japão compreende perfeitamente que na questão da presença do sistema de defesa antimíssil em terras japonesas Tóquio não é um parceiro de Washington com igualdade de direitos. E ele permanece nessa situação desde 1945.