Segundo informações da Polícia Militar (PM), o tumulto começou quando os detentos colocaram fogo no prédio de dois pavilhões. O Sindicado dos Agentes Penitenciários (SAP) disse que a revolta foi motivada pela apreensão de um celular dentro do presídio, por volta das 8h da manhã.
Centro de Progressão Penitenciária CPP 3 "Prof. Noé Azevedo", em Bauru/SP, está pegando fogo e muitos detentos ainda se encontram no prédio. pic.twitter.com/HCm4Jwhoc0
— Mídia NINJA (@MidiaNINJA) 24 de janeiro de 2017
Por volta das 11h10, a PM de Bauru informou que estava entrando no presídio para controlar a rebelião, segundo relatou o portal Notícias ao Minuto.
A PM informou, em nota, que a "situação está controlada" e ressaltou "que se trata de caso isolado, ou seja, não há outras unidades prisionais nesta condição na região". Ainda de acordo com a nota, "foi acionada força policial militar da região para apoio na recaptura".
A penitenciária, também conhecida como "Prof. Noé Azevedo", tem capacidade para 1.124 detentos, mas atualmente tem 1.427.
Esta é a primeira grande rebelião registrada em São Paulo desde o início do ano, quando a crise penitenciária no Brasil tornou-se evidente, com massacres em Manaus, Roraima e Rio Grande Norte, além de outras rebeliões menores em outros estados.
Nota enviada pela SAP
A Secretaria da Administração Penitenciária informa que hoje, 24, pela manhã, durante revista de rotina, reeducandos do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) III "Prof. Noé Azevedo" de Bauru causaram tumulto no alojamento da unidade. O incidente iniciou-se após um Agente de Segurança Penitenciária ter cumprido o seu dever profissional, ou seja, surpreendeu um preso se comunicando através de celular.
Ressalvamos que as unidades de regime semiaberto, conforme determina a legislação brasileira, não dispõem de muralhas nem segurança armada, sendo cercada por alambrados. A permanência do preso nesse regime se dá mais pelo sendo de autodisciplina do preso do que a mecanismos de contenção. O CPP III é o antigo Instituto Penal Agrícola de Bauru e está localizado numa área, do tipo fazenda, de 240 alqueires. Na última saída temporária, que ocorreu no final de 2016 e início de 2017, 1122 presos foram beneficiados e 1074 retornaram. Hoje, 208 presos trabalham fora da unidade, exercendo atividades externas, outros 65 em empresas dentro da unidade e 358 trabalham em atividades de manutenção do próprio presídio.