Assim declarou em entrevista à edição niezalezna.pl Jerzy Targalsky, ensaísta e histórico polonês.
"Ele [Putin] quer se orientar na disposição dos poderes na equipe de Trump. Putin está testando até que ponto ele [Trump] pode chegar. Se os EUA não reagirem, Kremlin pode sentir-se liberto para usar sua força, por exemplo, na Moldávia", opina Targalsky.
Então, por que especialmente agora se intensificou a situação em Donbass? A Sputnik Polônia falou com Konrad Rekas, cientista político e analista do Centro europeu de pesquisas geopolíticas, para esclarecer o assunto.
"As dúvidas foram divulgadas pelo próprio Poroshenko que declarou que, antes de tudo, tratava-se de sabotagem do processo de cancelamento das sanções, pois enquanto esteja acontecendo guerra, não se pode falar em revogação de sanções. A guerra — incentivada e apoiada por Poroshenko. Qual destas versões seria a mais provável?
Acredito que todas, de uma forma ou de outra. Com o caos vivido pela Ucrânia, fica difícil dizer", explica o cientista político.
"Notamos que Kiev vive bem apoiando a tensão em Donbass e aumentando de vez em quando a ameaça militar. Eu me refiro às elites políticas e econômicas de Kiev, pois a vida dos cidadãos simples se torna cada dia mais difícil. Mas as autoridades ucranianas não se preocupam com isso", disse o especialista polonês.
"A aparição do novo jogador no palco político ucraniano como Viktor Pinchuk, provoca preocupações na administração de Kiev que já sente a terra ardendo debaixo dos pés <…> Poroshenko já não sabe quem vai disparar nas suas costas. Ele começa a olhar para seus parceiros com apreensão, tentando adivinhar quem será o primeiro a aderir aos inimigos. Ninguém nesta companhia vai morrer por outro. É uma corja que tem a intensão de roubar a Ucrânia, trair um ao outro."
Os ucranianos tem apenas única esperança que a mudança no poder seja realizada de modo mais calmo possível, tentando não se envolver em novo Maidan, que levaria ao massacre dos simples cidadãos, concluiu Konrad Rekas.