O que irá impedir a guerra nuclear entre Pyongyang e Washington

© AFP 2023 / JAY DIRECTOO porta-aviões norte-americano USS Carl Vinson
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As autoridades norte-coreanas veem no envio do grupo aeronaval de ataque à península da Coreia uma provocação e estão prontas para tomar medidas de resposta.

Na declaração do representante da chancelaria da Coreia do Norte foi destacado que a movimentação do grupo aeronaval americano prova as intenções agressivas de Washington e Pyongyang está pronta para aceitar este desafio.

"A República Popular Democrática da Coreia está pronta para reagir a qualquer forma de guerra desejada pelos EUA", acrescentou o porta-voz da chancelaria norte-coreana.

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A reação da Coreia do Norte apareceu logo depois de ter sido divulgada a notícia de que grupo de navios, liderado pelo porta-aviões USS Carl Vinson, iria para a proximidade das costas da península da Coreia. Do grupo também fazem parte o cruzador USS Lake Champlain, com mísseis capazes de interceptar mísseis balísticos, e os destróieres USS Wayne E. Meyer e USS Michael Murphy, equipados com sistemas antimísseis Aegis.

Em busca da ameaça nuclear

Em 9 de abril, a agência Reuters informou que o grupo de ataque da Marinha dos EUA zarpará para a parte ocidental do oceano Pacífico, mais tarde se tornou público que o grupo aeronaval largou de Singapura, mas não se dirigiu para a Austrália, como estava planejado, rumando para norte.

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Washington explicou isso com a preocupação pela ameaça nuclear e pelo crescente potencial militar de Pyongyang. Rex Tillerson, secretário de Estado dos EUA, assegurou que Washington não planeja derrubar o regime de Kim Jong-un – o que interessa à Casa Branca é a desnuclearização da península da Coreia. De acordo com Tillerson, o programa nuclear da Coreia do Norte "causa preocupações sérias" e Washington "deu a conhecer muito claramente ao regime de Pyongyang que quer o termino deste programa".

A aposta na China

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Para alcançar seu objetivo de pôr fim ao programa nuclear de Pyongyang, os EUA apostam nas autoridades chinesas que, do ponto de vista deles, pode influenciar Kim Jong-un.

O mundo político viu no bombardeio da base Síria de Shayrat a tentativa de enviar um sinal à China e demonstrar seu poder e influência não apenas no Oriente Médio, mas também na região coreana. Os mísseis foram lançados exatamente na hora do almoço de Xi Jinping com Trump.

O próprio Tillerson confirmou que o ataque contra Shayrat tem que ser um exemplo para os dois regimes agressivos, mencionando a Coreia do Norte.

“Mas mesmo se descartarmos toda a teatralidade deste cenário, as negociações sobre o programa nuclear da Coreia do Norte se tornaram uma parte importante da cúpula sino-americana”, escreve Vladimir Ardaev, observador da Sputnik.

Segundo Tillerson, Xi Jinping "concordou que a situação atingiu um novo nível de ameaça" e declarou que "gostaria de apoiar as tentativas para influenciar Pyongyang com o objetivo de mudar sua posição em relação às armas nucleares".

Seul em confusão

A reação da Coreia do Sul revela que o país tem sentimentos dúbios. O país está dividido entre dois pontos de vista diferentes.

"O posicionamento do grupo aeronaval mostra uma atitude séria dos EUA perante a situação na península da Coreia e se destina ao reforço da capacidade de defesa", disse na segunda-feira (10) Mun San-gyun, representante do Ministério da Segurança Nacional da Coreia do Sul. 

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Mun San-gyun também admite que o Norte possa fazer alguma coisa inesperada por ocasião do aniversário de Kim Il-sung, celebrado em 15 de abril.

Hon Yon-phyo, ministro para Assuntos de Reunificação da Coreia do Sul, falou com cuidado sobre o ataque preventivo dos EUA, pressupondo que este é destinado à regulação do problema da Coreia do Norte, mas para o Sul é também muito importante em termos de segurança nacional.

Vladimir Ardaev lembra que a situação política interna na Coreia do Sul, devido ao último escândalo com a presidente que levou ao seu impeachment, fez com que o Partido Conservador perdesse a popularidade e o atual favorito Moon Jae-in, que é contra a implementação do THAAD no país, é partidário firme do diálogo com o Norte e a China. A vitória das forças liberais na Coreia do Sul pode pôr fim aos planos ambiciosos de Washington.

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