Na declaração do representante da chancelaria da Coreia do Norte foi destacado que a movimentação do grupo aeronaval americano prova as intenções agressivas de Washington e Pyongyang está pronta para aceitar este desafio.
"A República Popular Democrática da Coreia está pronta para reagir a qualquer forma de guerra desejada pelos EUA", acrescentou o porta-voz da chancelaria norte-coreana.
Em busca da ameaça nuclear
Em 9 de abril, a agência Reuters informou que o grupo de ataque da Marinha dos EUA zarpará para a parte ocidental do oceano Pacífico, mais tarde se tornou público que o grupo aeronaval largou de Singapura, mas não se dirigiu para a Austrália, como estava planejado, rumando para norte.
A aposta na China
O mundo político viu no bombardeio da base Síria de Shayrat a tentativa de enviar um sinal à China e demonstrar seu poder e influência não apenas no Oriente Médio, mas também na região coreana. Os mísseis foram lançados exatamente na hora do almoço de Xi Jinping com Trump.
O próprio Tillerson confirmou que o ataque contra Shayrat tem que ser um exemplo para os dois regimes agressivos, mencionando a Coreia do Norte.
“Mas mesmo se descartarmos toda a teatralidade deste cenário, as negociações sobre o programa nuclear da Coreia do Norte se tornaram uma parte importante da cúpula sino-americana”, escreve Vladimir Ardaev, observador da Sputnik.
Segundo Tillerson, Xi Jinping "concordou que a situação atingiu um novo nível de ameaça" e declarou que "gostaria de apoiar as tentativas para influenciar Pyongyang com o objetivo de mudar sua posição em relação às armas nucleares".
Seul em confusão
A reação da Coreia do Sul revela que o país tem sentimentos dúbios. O país está dividido entre dois pontos de vista diferentes.
"O posicionamento do grupo aeronaval mostra uma atitude séria dos EUA perante a situação na península da Coreia e se destina ao reforço da capacidade de defesa", disse na segunda-feira (10) Mun San-gyun, representante do Ministério da Segurança Nacional da Coreia do Sul.
Hon Yon-phyo, ministro para Assuntos de Reunificação da Coreia do Sul, falou com cuidado sobre o ataque preventivo dos EUA, pressupondo que este é destinado à regulação do problema da Coreia do Norte, mas para o Sul é também muito importante em termos de segurança nacional.
Vladimir Ardaev lembra que a situação política interna na Coreia do Sul, devido ao último escândalo com a presidente que levou ao seu impeachment, fez com que o Partido Conservador perdesse a popularidade e o atual favorito Moon Jae-in, que é contra a implementação do THAAD no país, é partidário firme do diálogo com o Norte e a China. A vitória das forças liberais na Coreia do Sul pode pôr fim aos planos ambiciosos de Washington.