Daesh poderia atacar região especial chinesa de Hong Kong?

© Sputnik / Sergei Guneev / Acessar o banco de imagensUma vista de Hong Kong
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Segundo comunicou a mídia local, extremistas relacionados ao Daesh – agrupamento terrorista proibido na Rússia – podem já ter penetrado na região administrativa especial de Hong Kong.

De acordo com o jornal South China Morning Post, tais informações fazem com que a polícia ponha em prática medidas para impedir as ações dos "lobos solitários" do Daesh. O vice-diretor do Instituto da Ásia e África da Universidade Estatal de Moscou, Andrei Karneev, falou com a Sputnik China sobre o assunto.

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"No mundo atual, qualquer informação sobre os prováveis ataques terroristas deve ser levada a sério. O afastamento de qualquer país ou território dos ‘pontos quentes' não garante ausência de atentados. Até os países e regiões que, à primeira vista, parecem calmos e prósperos acabam por ser inclusos nas estatísticas trágicas, o número de vítimas aumenta e a tática dos terroristas se torna cada vez mais sofisticada", analisa o especialista.

Karneev observa que as células dos terroristas utilizam a Internet de modo cada vez mais ativo para recrutar cúmplices e coordenar suas ações.

"Por isso as autoridades de Hong Kong se preocupam com a possibilidade de esta região administrativa especial se tornar outro alvo de ataques por parte dos combatentes do Daesh. Tanto mais que as autoridades chinesas se manifestam expressamente contra o radicalismo islâmico, em primeiro lugar, por causa da atividade contínua das células terroristas na região de Xinjiang", adiantou.

Segundo afirmam especialistas, Hong Kong, na verdade, pode se tornar um ponto atraente para ações extremistas, já que estão situadas representações de muitas empresas transnacionais e institutos globais de gestão. Além disso, o alto nível de desenvolvimento das comunicações on-line e a falta de controle rígido nesta esfera facilitam, de certa maneira, a tarefa dos terroristas.

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Vale mencionar também o enorme fluxo de passageiros que passam por Hong Kong todos os dias. O caráter aberto do país e o regime migratório bastante liberal pode complicar o trabalho dos serviços secretos na detecção de potenciais terroristas.

A polícia de Hong Kong frisa que todos estes fatores fazem com que ela seja um alvo potencial de atentados. Policiais também ressaltam que, ao contrário dos ataques de 9/11, os terroristas de hoje atuam de uma maneira completamente diferente. Se no passado havia muitos terroristas envolvidos em uma operação, que carecia de preparação escrupulosa, bases financeira e técnica sólidas, hoje em dia, a tática de "lobos solitários" é utilizada com mais frequência e sem um plano pormenorizado.

"Em qualquer lugar, é possível conseguir um caminhão ou um facão, o que faz com que a prevenção de um atentado seja relativamente mais difícil", reconheceram os representantes da polícia local em uma entrevista ao South China Morning Post.

Os últimos eventos nos países da Ásia também fazem com que as autoridades de Hong Kong tratem com muito mais atenção todos os visitantes da região administrativa especial.

Em 12 de abril, as Forças Armadas e a Polícia das Filipinas eliminaram um dos comandantes de campo da organização terrorista Abu Sayyaf que participou várias vezes de assassinatos públicos de reféns. Anteriormente, quando os extremistas estavam tentando penetrar à ilha filipina de Bohol, 3 militares e 1 policial foram mortos na sequência de confrontos com as forças terroristas.

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Abu Sayyaf é considerada a célula filipina da rede terrorista internacional Al-Qaeda.

A Indonésia é mais um país, onde a polícia comunica frequentes ataques de grupos extremistas ligados ao Daesh. Nos finais de março, ao menos 6 pessoas foram vítimas de duas explosões organizadas em Bangladesh pelos militantes da célula local do Daesh, além de 40 feridos.

Há algumas semanas, nativos da região autônoma de Xinjiang divulgaram um vídeo com ameaças contra a população chinesa que, segundo as avaliações dos especialistas, foi gravado pelos jihadistas do Daesh no Iraque ocidental.

Garantir segurança de Hong Kong é uma das prioridades da nova chefe da região administrativa chinesa, Carrie Lam, que tomará posse no dia 1º de julho. Os representantes da oposição, por sua vez, já prometeram realizar grandes protestos que, segundo eles, serão os maiores desde a conhecida "revolução de guarda-chuvas" dos anos 2014 e 2015.

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As autoridades estão especialmente preocupadas com a ativação do movimento juvenil de caráter radical Localism, surgido após as manifestações democráticas no outono — no hemisfério norte — de 2014, que se manifesta a favor da autodeterminação por este território.

Em um clima tão complicado, informações sobre prováveis ações por parte do Daesh em Hong Kong são mais um fator que complica a situação sociopolítica da região administrativa. A combinação da ameaça terrorista e atividade separatista exige que as autoridades estejam extremamente concentradas e mobilizem todos os recursos.

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