O surto de violência na ilha do sul do país forçou Duterte a reprogramar sua visita de uma semana à Rússia, durante a qual ele se encontraria com o presidente Vladimir Putin. Conflitos entre o grupo terrorista islâmico Maute e forças governamentais na cidade de Marawi deixaram um policial morto e oito feridos. Após o incidente, Duterte declarou a lei marcial em Mindanao, dizendo mais tarde que a medida poderia ser estendida ao resto da nação.
Elloring expressou a posição do BAYAN — a Nova Aliança Patriótica, que "propaga e luta pelas demandas nacionalistas e democráticas do povo através de formas legais e militantes de luta" — como a condenação da lei marcial, pois os confrontos ocorreram apenas em uma cidade na ilha. O governo das Filipinas, por outro lado, justifica o movimento dizendo que existem outros grupos militantes espalhados pela ilha lutando contra o governo.
Segundo Elloring, um desses grupos é o Novo Exército Popular (NPA), parte da Frente Democrática Nacional (NDF), que está atualmente em processo de negociações de paz com a administração Duterte.
"O povo filipino não quer voltar a esse período de tempo, que é marcado por violações grosseiras dos direitos humanos de tortura, rapto, militarização, evacuação forçada contra civis", disse ela.
De acordo com Elloring, Duterte deveria encerrar a lei marcial imediatamente e "restaurar a paz genuína nas Filipinas e em Mindanao por meios pacíficos e diplomáticos".
Um dos princípios em que o BAYAN foi fundado é que os filipinos devem lucrar com os vastos recursos naturais do país. Elloring disse a Becker que o país é o quinto no mundo em termos de seus recursos minerais. Essas reservas inexploradas valem cerca de US $ 1 trilhão, disse ela, fazendo referência a dados do WikiLeaks.
As duras condições econômicas são a verdadeira razão por trás da ampla disseminação do terrorismo islâmico nas Filipinas, ressaltou Elloring, e é por isso que Duterte faria bem em abordar questões econômicas ao invés de aumentar a violência.