No entanto, mesmo antes da nova lei do casamento, o tribunal disse que os casais do mesmo sexo podem se casar com base em sua interpretação, tornando Taiwan o primeiro lugar na Ásia a permitir o casamento gay.
A decisão inspirou discussões acaloradas e debates tanto on-line como off-line. Enquanto algumas pessoas gays no continente vêem a medida como um sinal positivo e esperam que a China continental siga o exemplo no futuro, outros são mais cautelosos quanto a exagerar os possíveis efeitos da decisão.
Otimismo
"Taiwan e a China continental têm as mesmas raízes culturais. Se Taiwan pode legalizar o casamento homossexual, é possível que o continente também o aprove", disse Sun ao jornal Global Times.
Depois de ser rejeitado pelo gabinete de assuntos civis e pela Corte, Sun tentou conversar com autoridades de todos os setores públicos para espalhar sua mensagem. Ele acredita que, se puder persuadir mais pessoas a se juntarem a ele, será possível avançar na questão. "Mas isso exigirá dinheiro. E até agora não consigo encontrar nenhuma base pública que esteja disposta a investir", disse.
"Vou continuar o projeto até o casamento do mesmo sexo ser aprovado no continente chinês", disse.
China é a próxima? Talvez não
Enquanto Sun está otimista sobre as chances de mudança, Ah Qiang, fundador de uma ONG de pais de gays, lésbicas, bissexuais e transexuais, é mais cético em relação aos efeitos na China. Ele acrescentou que "agora é um momento sensível" para organizar eventos LGBT.
Após pressão governamental, um representante de uma empresa que, desde 2015, ajudou os casais gays chineses a se casarem nos EUA disse que não vai ajudar os casais a se casar em Taiwan após a decisão. Os ativistas que procuram promover os direitos LGBT enfrentaram resistência nos últimos meses.
O movimento perdeu contato com seus funcionários durante oito horas, seus celulares foram confiscados e as senhas de desbloqueio dos aparelhos, requisitadas por autoridades que se recusaram a se identificar.
"Nós não sabemos o que aconteceu. Diferentes pessoas nos dão explicações diferentes e não posso confiar neles", disse o anúncio.
Li Xiang (pseudônimo), membro da comunidade LGBT de Pequim, disse ao Global Times que a situação dos direitos dos homossexuais no continente chinês é "sombria" e que há muitas diferenças entre Taiwan e a sociedade continental em questões sociais.
"Há mais apoio público em Taiwan, mais discussão e mais ajuda da mídia", disse ele. "No Dia Internacional contra a Homofobia, mais de 115 estrelas em Taiwan se levantaram em apoio da comunidade LGBT, o que é impossível na China continental".
Li disse que tem esperança de que o continente e Taiwan possam reduzir sua diferença quando se trata de direitos dos homossexuais.