"Nós não nos envolvemos em ataques cibernéticos. É difícil imaginar que qualquer país, incluindo um país como a Rússia, possa influenciar seriamente a campanha eleitoral e seus resultados", disse Putin.
Vladimir Putin também disse que o relatório de inteligência dos EUA sobre a alegada interferência russa nas eleições nos Estados Unidos não possui detalhes específicos.
"Um serviço de segurança diz que existe uma grande possibilidade de interferência russa. Outro diz que o nível de certeza não é tão bom, que apenas extrai conclusões com base na análise da situação. Não há nada específico. Isso me lembra algo a aversão a algum grupo étnico como, digamos, o antissemitismo. Se um antissemita não sabe como fazer algo, alguém está expressando sua incapacidade de resolver problemas, os sempre culpam os judeus por suas próprias falhas. Essas pessoas que tratam a Rússia assim, a Rússia é sempre a culpada por eles", acrescentou Putin.
"De fato, nós recebemos informações de que tal ataque estava sendo preparado. Nós não tínhamos 100% de certeza. Mas, em qualquer caso, os representantes da comunidade bancária se dirigiram aos meios de comunicação e informaram seus clientes, a população que tais ataques eram possíveis e pediam seus clientes para não se preocupar, não se estressar, não solicitar a retirada de suas economias. Não estamos afirmando que vieram dos Estados Unidos. Não temos provas", disse Putin.
"Desde o início da década de 1990, assumimos que a Guerra Fria acabou. Pensámos que não era necessário tomar medidas de segurança adicionais porque éramos uma parte orgânica da comunidade mundial… Portanto, nossas empresas, bem como órgãos estaduais e administrativos compraram tudo — tanto o hardware como o software. Temos muitos equipamentos europeus e americanos. Mas ultimamente, começamos a entender essa ameaça e, claro, começamos a pensar em garantir a independência e a segurança tecnológica. Claro, estamos pensando nisso e estamos dando alguns passos", disse Putin.