Via Láctea é bombardeada por objetos misteriosos super-rápidos de outra galáxia

© Foto / ESA/Hubble & NASAO telescópio espacial Hubble tirou fotografias da estrela Westerlund 1-26 – maior estrela da Via Láctea – localizada na constelação de Ara (hemisfério celestial sul). Para ter noção do tamanho do corpo celeste, ela é maior que a distância o Sol e Júpiter
O telescópio espacial Hubble tirou fotografias da estrela Westerlund 1-26 – maior estrela da Via Láctea – localizada na constelação de Ara (hemisfério celestial sul). Para ter noção do tamanho do corpo celeste, ela é maior que a distância o Sol e Júpiter - Sputnik Brasil
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As raras estrelas hipervelozes, também conhecidas por serem estrelas ejetadas a uma alta velocidade do centro da galáxia após interação com um buraco negro, estão penetrando na galáxia da Via Láctea.

De acordo com o estudo apresentado na Reunião da Academia de Astronomia, que decorre anualmente no Reino Unido, estas são estrelas em fuga.

As estrelas hipervelozes estão viajando a uma velocidade de 300-700 quilômetros por segundo, o que é mais rápido do que a velocidade de escape de nossa galáxia.

Até hoje, apenas 20 casos foram confirmados, mas a maioria delas pertencem às estrelas do tipo B, o que significa que são maiores do que o Sol.

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​A origem destas estrelas em fuga tem sido fortemente discutida. Alguns cientistas acreditam que algumas delas podem ter chegado do centro de rotação da Via Láctea, enquanto outros acham que elas podem ser objetos estranhos que entraram em nosso Sistema Solar.

Segundo o estudo, publicado na revista mensal da Real Sociedade Astronômica em abril de 2017, todas as estrelas hipervelozes são objetos estranhos.

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De acordo com a pesquisa, a ideia é que estas estrelas super-rápidas faziam parte de um sistema binário, escapando do seu lugar de origem conhecido como a Grande Nuvem de Magalhães (LMC, do inglês Large Magellanic Cloud), uma galáxia satélite vizinha.

Os cientistas da Universidade de Cambridge fizeram um modelo digital das estrelas em fuga escapando da LMC para a Via Láctea. Eles predisseram que haveria aproximadamente 10 mil estrelas em fuga espalhadas pelo céu.

"As explicações anteriores sobre a origem das estrelas hipervelozes não me satisfizeram", disse Douglas Boubert, autor principal do estudo e estudante de Doutoramento do Instituto de Astronomia da Universidade de Cambridge.

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"A maioria das estrelas hipervelozes se encontram nas constelações de Sextante e de Leão, e nós nos questionamos por que é assim", acrescentou.

Quanto mais perto as estrelas ficam no sistema binário, mais rápido elas orbitam umas em torno das outras, podendo depois conseguir velocidades suficientes para se tornarem estrelas hipervelozes.

Segundo os pesquisadores, as estrelas em fuga que começam seu caminho nascendo na Via Láctea são lentas demais para se tornarem hipervelozes, sendo as estrelas azuis do tipo B incapazes de orbitar suficientemente perto de sua estrela companheira no sistema binário.

No entanto, galáxias de alta velocidade do tipo da LMC poderiam dar origem a estrelas rápidas, então as mais rápidas poderão escapar da galáxia.

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"Estas estrelas acabaram de saltar de um trem expresso, não é de surpreender que sejam rápidas. Isso também explica sua posição no céu, porque as fugitivas mais rápidas são expulsas ao longo da órbita da LMC rumo às constelações de Sextante e de Leão", disse Rob Izzard, coautor do estudo e pesquisador do Instituto de Astronomia da Universidade de Cambridge.

"Saberemos em breve se temos razão. O satélite Gaia da Agência Espacial Europeia fornecerá dados de bilhões de estrelas no próximo ano, e no céu haverá uma pista de estrelas hipervelozes entre as constelações de Leão e de Sextante no norte e a LMC no sul", acrescentou.

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