A instalação de missões da OSCE e da UE em Donbass é possível somente caso ambas as partes do conflito no leste da Ucrânia o aceitem, declarou Dmitry Peskov.
"O presidente Putin sempre sublinhou que a instalação de qualquer missão é possível apenas no caso de haver consenso entre as partes do conflito", disse ele, indicando que se tratava da Ucrânia e dos representantes das repúblicas autoproclamadas de Donetsk e Lugansk.
Além disso, o porta-voz do Kremlin apontou que as publicações de Donald Trump nas redes sociais não podem influir nas relações entre Moscou e Washington.
Anteriormente, o presidente dos EUA, Donald Trump, tinha escrito no seu Twitter que o fato de ele e Putin terem discutido a possível criação de um grupo para a segurança cibernética, "não quer dizer que ele creia que isso possa acontecer".
The fact that President Putin and I discussed a Cyber Security unit doesn't mean I think it can happen. It can't-but a ceasefire can,& did!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 10 de julho de 2017
Segundo Peskov, os líderes "não prometeram nada, de fato foi constatada a disposição para trabalhar nessa área".
Ele também reiterou que a Rússia não manteve nem mantém tropas em território ucraniano.
"A Rússia não teve nem tem militares na Ucrânia", ressaltou o porta-voz, citando o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, que afirmou que a Rússia deve retirar suas tropas da Ucrânia.
O governo ucraniano, bem como os EUA e a União Europeia, acusaram várias vezes Moscou de manter um contingente no leste da Ucrânia.
A adesão da Ucrânia à OTAN levará a uma maior aproximação da infraestrutura militar da Aliança das fronteiras russas afetando a segurança da Europa, afirmou Peskov.
"Há muitos anos que a Rússia está preocupada com a aproximação da infraestrutura militar da OTAN das suas fronteiras […] Pode ser mais um passo nesta direção e é claro que não vai contribuir para a estabilidade e segurança no continente europeu", respondeu Peskov à pergunta sobre o possível início de discussões sobre a adesão da Ucrânia à OTAN.
Em abril de 2014, a Ucrânia lançou uma operação militar nas províncias de Donetsk e Lugansk, onde foram proclamadas repúblicas populares em resposta à mudança violenta de governo em Kiev em fevereiro do mesmo ano.
Os acordos de Minsk, firmados em setembro de 2014 e em fevereiro de 2015, lançaram as bases para uma solução política do conflito, mas até agora eles não pararam a violência que já vitimou, segundo estima a ONU, 10.100 pessoas.