O site de notícias e análise norte-coreano NK News, baseado nos EUA, informou que a embaixada da Coreia do Norte em Pequim "está supostamente construindo dentro de seu complexo novos alojamentos para os norte-coreanos que visitam a China. Ainda não está claro se este será destinado a fins comerciais ou não."
De acordo com o NK News, que cita fontes anônimas, o novo prédio "é destinado aos norte-coreanos que ficam em Pequim por algum tempo, como altos funcionários e delegados diplomáticos."
No entanto, o edifício também pode servir de instalação comercial para estrangeiros que queiram conhecer a cultura norte-coreana. Algumas embaixadas da Coreia do Norte na Europa, por exemplo, na Bulgária, Alemanha, Polônia e Romênia, já dispõem de tais estabelecimentos.
Em novembro de 2016, a ONU adotou a resolução 2321, que proíbe quaisquer atividades comerciais nas embaixadas norte-coreanas. A medida foi tomada para punir Pyongyang por uma série de testes nucleares em setembro daquele ano — uma série que, passados 10 meses, não parece vir a terminar.
Por exemplo, a embaixada da Coreia do Norte em Varsóvia arrenda um edifício no território da embaixada a um estúdio de produção musical polonês. Esta é uma violação da resolução da ONU, mas a Europa não se apressa a punir as empresas cujo único crime é arrendar espaços que pertencem a Kim Jong-un.
"É muito fácil falar sobre mais sanções, mas a realidade é que, quanto se tenta pô-las em prática, cada país têm as suas prioridades", disse para a Bloomberg Brian Bridges, professor adjunto de política asiática da Universidade de Lingnan, em Hong Kong. "Quando você fica a milhares de quilômetros e a Coreia do Norte não representa uma ameaça direta, esta será uma baixa prioridade."
Isto se tornou uma das razões de disputa entre a Polônia e os EUA, já que estes últimos lideram as ações anti-Pyongyang. "Qualquer país que receba trabalhadores convidados norte-coreanos, ofereça benefícios econômicos ou militares, ou não cumpra completamente as resoluções do Conselho de Segurança da ONU, está apoiando e incentivando um regime perigoso", disse o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson em 4 de julho.
A Administração de Donald Trump tem frequentemente apelado à China para que esta exerça pressão diplomática e econômica sobre a Coreia do Norte para acabar com seus testes de mísseis. Os métodos ainda não foram muito bem-sucedidos e o empenho da China na cooperação com os EUA neste assunto tem sido posto em questão.
Na quarta-feira (12), a Coreia do Norte afirmou ter planos de abrir uma agência de viagens na cidade chinesa de Hunchun com gerentes chineses e guias norte-coreanos.