'Xadrez nuclear' de Washington para deslocar seus mísseis à Europa

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Os Estados Unidos seriam capazes de realizar um ataque nuclear repentino contra a Rússia, adverte o vice-chefe do Departamento Central de Operações do Estado-Maior russo, tenente-general Viktor Poznikhir, citado pelo portal Zvezda.

O porta-aviões nuclear norte-americano USS Carl Vinson da classe Nimitz foi construído em 1975. Foi lançado à água em 1980 e comissionado dois anos depois. O navio foi nomeado em homenagem a um senador do estado da Geórgia, para assinalar sua contribuição para a Marinha dos EUA. Desde 2009, se tornou o navio-almirante do grupo 1 de ataque de porta-aviões (Carrier Strike Group 1) da Marinha dos EUA. Além das suas operações numerosas, o porta-aviões também figurou em 2001 no filme Atrás das Linhas Inimigas, realizado por Owen Wilson e Gene Hackman - Sputnik Brasil
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De acordo com o militar, citado pelo autor do artigo Dmitry Litovkin, a existência de bases de defesa antimíssil norte-americanas na Europa e a presença de seus navios nos mares e oceanos junto ao território russo mostram uma possibilidade de realização de um ataque nuclear repentino.

Viktor Poznikhir fez estas declarações quando foi informado de que os EUA têm intenções de abandonar o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário, (Intermediate-Range Nuclear Forces, INF na sigla em inglês), firmado por Moscou e Washington em 1987.

O Congresso dos Estados Unidos está preparando uma série de projetos de lei que lhe permita sair unilateralmente do tratado, bem como modernizar seu potencial ofensivo.

O pretexto para suspender e reformular o Tratado INF por parte dos norte-americanos estaria ligado à suposta violação de suas cláusulas pela Rússia. Segundo os analistas norte-americanos, o alcance dos novos mísseis de cruzeiro russos R-500 teria superado 2.500 km, indicador inaceitável para mísseis localizados em terra, tal como indica o INF.

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No entanto, Washington é incapaz de apresentar provas da suposta violação do tratado por Moscou, que, por sua vez, sempre rejeitou as acusações.

Entretanto, a retirada de Washington do INF permitirá aos EUA deslocar seus mísseis de curto e médio alcance para a Europa, mais precisamente para a Polônia, Romênia e para os Países Bálticos, opina o professor da Academia de Ciências Militares, Vadim Kozyulin.

Nomeadamente, tal passo permitirá que Washington controle toda a parte europeia da Rússia até os Montes Urais. Os mísseis serão capazes de alcançar seus alvos em minutos. Este fato combina perfeitamente com o conceito norte-americano de "ataque global imediato" (Prompt Global Strike, em inglês), um ataque massivo de mísseis com uso de sistemas terrestres e marítimos, capazes de desarmar qualquer país do mundo em uma hora.

Porém, o especialista considera que o início de uma guerra nuclear seja pouco provável. Washington entende que não ganhará destruindo a parte europeia da Rússia. O principal potencial nuclear do país se encontra nos Montes Urais, na Sibéria, sendo possível destruir estes alvos apenas desde o Ártico. Mas a entrada de barcos norte-americanos nesta zona está atualmente bloqueada devido à instalação de novas bases militares russas.

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Além disso, abandonando o INF, Washington teria a possibilidade de exercer uma pressão adicional na Rússia, que seria obrigada a reagir e buscar uma resposta assimétrica para assegurar o equilíbrio de forças.

Em meio às sanções econômicas e aos baixos preços de petróleo, isso poderia ser uma ferramenta muito eficiente para prejudicar a economia do inimigo, o que levaria diretamente a uma nova Guerra Fria.

As ambições de Washington sacrificam a Europa, onde estão localizadas suas bases militares, armas nucleares e onde serão instalados mísseis de médio alcance, caso os EUA saiam do Tratado INF, conclui o autor.

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