Wall Street Journal comunicou que no escritório do procurador-geral dos EUA já existem mandatos para congelar os fundos de um conjunto de empresas chinesas que operam via bancos norte-americanos. Essas empresas teriam alegadamente participado do financiamento do programa nuclear da Coreia do Norte. Os mandatos para congelamento de fundos é uma base para os procuradores iniciarem processos oficiais para introduzir sanções contra empresas e bancos chineses de forma permanente. Além disso, como se espera, nos próximos dias mais algumas empresas chinesas serão incluídas na "lista negra".
Quando a China apoiou a resolução do Conselho da Segurança da ONU sobre as novas sanções contra a Coreia do Norte, aprovada unanimemente em 5 de agosto, os EUA anunciaram ‘férias nas sanções' relativamente a bancos chineses. Na mesma altura foi adiada a notória investigação das alegadas violações por parte da China dos direitos de propriedade intelectual de empresas norte-americanas que operam no mercado chinês. Contudo, pouco depois essa decisão foi cancelada. Parece que agora o adiamento da introdução de sanções norte-americanas contra empresas chinesas expirou.
Aparentemente, é uma estratégia bastante longa. De qualquer jeito, em perspectiva de curto e médio prazo, a pressão sobre a China será continuada com a ajuda da expansão da lista de sanções e do uso ativo dessas ferramentas sancionatórias. Nessa direção se pode esperar o aumento das dificuldades nas relações entre Pequim e Washington. Este processo vai afetar a resolução do problema da Coreia do Norte. Por isso, nos diálogos privados com colegas chineses eu sinto a irritação deles com a política hostil por parte dos EUA quanto à China. Tenho a impressão que existem realmente limites à paciência da China. Contudo, parece que apesar disso as autoridades norte-americanas encaram seriamente as sanções contra a China.
Parece que agora a administração norte-americana se está preparando para celebrar mais uma "vitória" notável na frente norte-coreana, que é a introdução de sanções contra empresas chinesas. Com isso eles visam compensar a falta de qualquer progresso na resolução do problema da Coreia do Norte através de sanções unilaterais norte-americanas.
Será que os EUA estão chantageando a China ameaçando com sanções contra suas empresas? O especialista da Academia Diplomática da China, Zhou Yongsheng, não duvida que é isso mesmo:
Segundo o presidente do Instituto de Segurança Global norte-americano, Jonathan Grenoff, nesta situação perigosa "os canais da diplomacia devem ser aplicados imediatamente". De acordo com ele, a resolução diplomática da crise em torno da península da Coreia deve prever a reintegração da Coreia do Norte na comunidade internacional, o monitoramento da atividade nuclear e medidas restritivas que permitam excluir o desenvolvimento dessa arma de destruição maciça, bem como a suspensão dos treinamentos militares dos EUA e da Coreia do Sul que Pyongyang considera como uma ameaça.