Participam desta iniciativa representantes do PT, PSOL, UNE, CUT, Uneafro, MLB (Movimento de Lutas nos Bairros, Vilas e Favelas) e muitos outros agrupamentos sociais e sindicais. Além de São Paulo, cidades como Belém, Recife, Rio, Porto Alegre, Fortaleza e Belo Horizonte sediarão este ciclo de debates que sempre serão realizados em praças públicas, ao ar livre, para permitir acompanhamento pelo público.
Um dos debatedores será o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) que, em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, falou como vê a iniciativa:
“[A iniciativa] é muito cara à esquerda brasileira, uma esquerda que precisa se atualizar, reciclar, resignificar o ideário socialista em termos de democratização. Democratização da Economia, democratização do Poder e da Política, democratização da Educação e da Cultura, democratização da aceitação e da incorporação na sociedade das identidades diversas. Enfim, o caminho é longo e é preciso começá-lo já.”
“Esses debates serão presenciais, vão ocorrer em muitas capitais do país e sempre na rua. Vamos ocupar as praças desse país, estimulando que esses debates contem com uma perspectiva para o Brasil e se multipliquem pelo país. Não há controle, não há donos desse movimento de debates em torno de saídas da profunda crise nacional.”
Para o parlamentar, o movimento tem caráter analítico e debaterá os erros cometidos pela esquerda:
“O movimento não tem caráter de campanha eleitoral. Ele visa formular propostas que, esperamos, possam nutrir, alimentar aqueles partidos e aquelas candidaturas que, em 2018, vierem a postular o governo da República, eleição de bancadas para governos estaduais, assembleias legislativas, etc. É, enfim, um movimento que vai além do período eleitoral. Mas é preciso desde já construir alternativas para o país, reconhecendo que a esquerda perdeu muito espaço e perdeu o rumo. Nós não deixamos de fazer a nossa autocrítica.”
Moralidade pública será o compromisso fundamental do movimento, de acordo com Chico Alencar:
“A Ética na Política deveria ser algo constitutivo do próprio ser esquerda. Porque ser de esquerda significa defender uma sociedade com oportunidades iguais para todos, uma sociedade que não se mova pela égide do lucro, uma sociedade que combata o individualismo, o capitalismo, o monopólio, a concentração de renda, a desigualdade, o consumismo, etc. Tudo isso significa a negação da Ética, da igualdade, do amor ao próximo, e da visão política do interesse público, vale dizer, do interesse das maiorias.