Segundo o diretor do programa de estudos sobre desarmamento da Associação de Controle de Armas, Kingston Reif, e o diretor da fundação de segurança global Ploughshare, Joe Cirincione, os EUA terão muita dificuldade em derrubar os mísseis norte-coreanos.
De acordo com ambos os especialistas, quase nenhum dos sistemas de defesa contra mísseis dos EUA é capaz de interceptar um míssil balístico intercontinental (ICBM).
A defesa antimíssil norte-americana é composta por três níveis, incluindo os sistemas Patriot, THAAD e Aegis, que têm um alcance eficaz de 19, 200 e 2.170 quilômetros respetivamente.
Entretanto, todos esses sistemas foram criados para derrubar o míssil na sua fase terminal. Apesar de os EUA terem gasto cerca de 320 bilhões de dólares (R$ 1 trilhão) nas últimas décadas com a defesa antimíssil, nenhum dos sistemas pode atingir um míssil balístico intercontinental na sua fase intermédia ou de pós-lançamento.
"Apenas um desses testes foi realizado contra um míssil balístico de alcance intermediário (IRBM) semelhante ao Hwasong-12 da Coreia do Norte", disse Reif ao canal norte-americano Fox News.
Segundo Cirincione, o Patriot, o THAAD e especialmente o Aegis mostraram bons resultados durante os testes, mas esses testes foram realizados apenas para demonstrar os sucessos da defesa antimíssil norte-americana e por isso foram usados alvos de curto alcance.
O problema é que o presidente dos EUA Donald Trump e o secretário de Defesa dos Estados Unidos James Mattis estão declarando que eles têm a situação sob controle e podem lidar com qualquer ameaça nuclear. Por isso os cidadãos têm um falso sentimento de segurança. Entretanto, nem os EUA, nem Japão ou Coreia do Sul, estão protegidos completamente pelos sistemas de defesa antimíssil norte-americanos. O excesso de confiança na segurança está levando à escalada do conflito com a Coreia do Norte, avisou Reif.