Al-Ali comunicou que o Exército sírio também tem informações de que os EUA fornecem armas aos grupos terroristas Daesh e Frente al-Nusra [os dois são proibidos na Rússia e em vários outros países], e não apenas aos grupos que combatem os terroristas.
De acordo com os dados do militar sírio, a maior parte das armas que os terroristas recebem é comprada pelas empresas norte-americanas Chemring e Orbital ATK no quadro do programa governamental do Pentágono de assistência a seus aliados. Al-Ali explicou que as armas são entregues no Oriente Médio por via marítima e atravessam a fronteira com a Síria em locais que as tropas governamentais não controlam.
"Neste caso estamos perante a coexistência de estratégia e de ações voluntaristas. Os EUA criaram um tal sistema na Síria do ponto de vista de assistência aos aliados da coalizão ocidental que faz com que as armas (inclusive modelos bem avançados) acabem por cair nas mãos de organizações terroristas. As entregas de armas aos aliados têm sido realizadas de um jeito meio caótico, de acordo com considerações políticas, principalmente visando derrubar o governo legítimo da Síria, por isso não se preocupam muito em saber quantas armas e a quem são fornecidas. Como consequência, estas armas acabaram por ir parar no mercado internacional, e eu acredito que a maior parte das armas entregues à oposição síria agora pode ser encontrada na África, na Ásia e na Europa", assinalou Dmitry Evstafiev.
"Em minha opinião, essas informações que apareceram agora são apenas o topo do iceberg. À medida que as tropas sírias apoiadas pela nossa Força Aeroespacial avançam para o interior da Síria e eliminam os bastiões do Daesh, esses fatos [do uso de armas norte-americanas pelos terroristas] passam a ser revelados com mais frequência. Quanto às possíveis mudanças devido aos êxitos do Exército sírio e da Força Aeroespacial russa, eu acredito que os EUA não terão como vender as armas nos mesmos volumes que antes. É claro que as remessas particulares podem ter lugar, mas, em breve, não terão a quem fornecer remessas grandes", ressaltou o especialista.