O Partido do Povo Palestino (PPP) emitiu uma declaração que denuncia fortemente as invasões militares israelenses a meios de comunicação palestinos acusados de praticar "terrorismo patrocinado pelo Estado".
Além disso, Amer al-Ja'bari, diretor da Trans Media, e seu irmão Ibrahim, foram sequestrados. Soldados também seqüestraram 18 palestinos de suas casas em toda a Cisjordânia.
Muitos moradores locais lançaram pedras contra os soldados invasores, que responderam com munições, balas de aço revestidas de borracha e bombas de gás, causando vários feridos.
"O que está acontecendo é criminoso — as violações israelenses e a opressão militar são realizadas com o único propósito de tentar enterrar a verdade e esconder os crimes em curso. Este é o terrorismo patrocinado pelo Estado e uma violação direta do Direito Internacional, incluindo a liberdade de imprensa", afirmou o PPP.
O PPP também elogiou jornalistas e meios de comunicação operando na Palestina ocupada, enfrentando "agressões e violações escaladas em Israel", mas ainda "determinados a expor a natureza criminosa da ocupação".
Conspiração do Silêncio
Por sua parte, as forças israelenses justificaram a ação com base em que as agências operavam "sem licença", prestaram serviços a "elementos terroristas" e "se envolviam em incitamento". As agências permanecerão fechadas por um período mínimo de seis meses.
'Unwilling or Unable'
— Lotte Leicht (@LotteLeicht1) 3 de abril de 2017
New @HRW report on #Israeli restrictions on access to and from #Gaza for human rights workers https://t.co/EAY8juEwjw pic.twitter.com/W68uCJ9aAt
Em setembro de 2016, o Facebook bloqueou as contas de pelo menos sete editores de dois meios de comunicação palestinos a pedido do governo de Netanyahu, menos de um mês depois de assinar um acordo com as autoridades israelenses no combate à "incitação" nas mídias sociais. Segundo o ministro da Justiça israelense, Ayelet Shaked, o Facebook concedeu 95% dos pedidos que enviou à empresa para remoção de conteúdo. Também houve numerosos casos de agências de notícias palestinas que receberam proibições do Facebook sem explicação, incluindo a Gaza 24.
Em fevereiro, Tel Aviv se recusou a emitir vistos para a equipe da Human Rights Watch (HRW), uma das ONG de direitos humanos mais famosas do mundo, acusando o grupo de ter uma "agenda extrema, hostil e anti-israelense". Embora a decisão tenha sido considerada "ameaçadora" pela HRW, a capacidade da organização de investigar os abusos dos direitos humanos na Cisjordânia foi fortemente reduzida desde 2010, com Israel recusando o acesso dos funcionários da ONG à área sem acompanhamento militar e bloqueando o acesso a determinadas seções de forma definitiva.
Israel finally grants work visa to @HRW Israel-Palestine director, nine months after visa application was submitted https://t.co/hNFJNyc76y
— Maureen Murphy (@maureenclarem) 26 de abril de 2017
Em abril, a HRW emitiu um relatório de 47 páginas alegando que o governo de Israel bloqueou o acesso da Faixa de Gaza aos trabalhadores de direitos humanos para evitar a documentação de abusos.
A organização diz que tais restrições dificultam o exame preliminar em curso do Tribunal Penal Internacional sobre a situação existente e impedem que os investigadores avaliem se as autoridades nacionais realizam verdadeiramente investigações credíveis sobre abusos e julgamento dos delinquentes adequadamente.