O Ocidente tinha vindo durante anos a criar uma imagem da Coreia do Norte como de um país cujas ameaças e declarações não tinham grande fundamento. No entanto, embora os analistas nunca tivessem rido das capacidades norte-coreanas na área da indústria militar, as brincadeiras sobre os lançamentos fictícios de mísseis de Pyongyang desempenharam seu papel no desprezo condescendente do mundo pela tecnologia militar de Kim Jong-un.
Ficou claro que os Estados Unidos não podem fazer nada com a pobre e fraca mas tão teimosa Coreia do Norte. Para a analista da Sputnik Irina Alksnis, Washington a cada momento "perde a face" de potência mais poderosa no mundo, que usa meios políticos e econômicos porque além disso nada pode fazer.
Por mais que Trump insulte Kim, por mais que a representante dos EUA na ONU apele a romper todos os laços com a Coreia, não se pode negar o fato de que Coreia do Norte já possui realmente um míssil que pode atingir qualquer parte dos EUA, opina analista.
No entanto, a situação para os EUA piora ainda mais porque os países vizinhos da Coreia do Norte e aliados de Washington, a Coreia do Sul e o Japão, não querem combater: mesmo que o míssil de Pyongyang não atinja o continente norte-americano, Tóquio e Seul acabarão de alguma maneira por ser afetadas.
As tentativas dos EUA de dividir a responsabilidade pela tensão na península coreana com a Rússia e a China ou até de fazê-las tomar decisões no conflito em que Washington mergulhou resultam em nada.
Durante os últimos anos a Rússia mostrou que, com recursos e capacidades limitados, é possível entrar no grande jogo político, enfatiza Alksnis. No caso dos EUA, podemos ver o processo contrário: como uma grande potência pode perder seu status de uma vez por todas apenas devido a um país pequeno mas obstinado.