Segundo Svetlana Savranskaya e Tom Blanton dos Arquivos de Segurança Nacional da Universidade George Washington, Gorbachev e outros líderes soviéticos receberam inúmeras garantias de que a OTAN não ia se expandir além da fronteira da Alemanha Oriental em 1990.
Claro que "as discussões da OTAN no contexto das negociações da unificação da Alemanha em 1990 não se limitaram somente ao status do território da Alemanha Oriental; as consecutivas queixas soviéticas e russas de estarem sendo enganados sobre a expansão da OTAN se baseavam em memorandos contemporâneos escritos aos mais altos níveis".
Como explicam os historiadores, Gorbachev somente aceitou a reunificação alemã, sobre a qual a União Soviética tinha o direito legal de vetar, porque recebeu promessas da OTAN de não se expandir depois de Moscou retirar suas forças do Leste Europeu.
Durante décadas, informações sobre a promessa têm sido negadas pela OTAN, enquanto historiadores mundiais vêm debatendo muito acirradamente o assunto, até mesmo na Rússia.
Na conferência de segurança em Munique de 2007, Putin estipulou que a expansão da OTAN não tem nada a ver com a modernização ou segurança da Europa.
"Temos o pleno direito de perguntar – contra quem é dirigida esta expansão? O que se passou com aquelas declarações dadas pelos parceiros ocidentais após a dissolução do Pacto de Varsóvia? […] Ninguém se lembra delas."
Depois ele citou as palavras do discurso de 1990 do então secretário-geral da OTAN Werner em Bruxelas: "O mesmo fato de estarmos prontos para não posicionar as tropas da OTAN fora do território da Republica Federal da Alemanha dá à União Soviética firme garantia de segurança." Putin contestou, "onde esta essa garantia" assim que terminou de citar as palavras do então secretário da OTAN.
"Como mostram os recentes documentos desclassificados, os russos podiam ter tido razão", concluiu Dave Majumdar da revista National Interest.