Atualmente estão sendo treinados cerca de 200 combatentes e planeja-se que o número total de efetivos "das forças" será de 30 mil.
A posição de Ancara quanto ao assunto é bem firme: o presidente turco prometeu que o projeto da coalizão "será morto à nascença" e declarou que a operação turca contra os curdos pode ser iniciada a qualquer momento.
Gevorg Mirzayan, professor do Departamento de Ciências Políticas da Universidade de Finanças do Governo da Rússia, esclarece o assunto em seu artigo para a Sputnik.
No entanto, destaca Mirzayan, é muito provável que a operação turca seja iniciada, o que realmente já está acontecendo: artilharia da Turquia bombardeou as posições curdas em Afrin em 13 de janeiro. Segundo o analista, a operação será exitosa para os turcos, pelo menos na área ocidental de Afrin, que está cortada do resto do território curdo.
Para o especialista, o Kremlin não quer apoiar nenhum dos lados neste conflito. Primeiro, porque a Rússia não está de acordo com a tentativa dos EUA de isolarem o Curdistão sírio, o que foi declarado pelo chanceler russo ontem, 15 de janeiro. No entanto, quanto à operação turca, Moscou tem uma posição dúbia.
Há dois cenários possíveis: primeiro, Kremlin pode vetar a operação turca, mas isso pode resultar prejudicar a parceria tática entre Moscou e Ancara; outro, seria aceitar a realização da operação em troca de concessões em Idlib e relativamente ao futuro do presidente Assad por parte da Turquia. Levando em consideração a importância da questão curda para a Turquia, é muito provável que Erdogan possa considerar esta opção.
Por isso, resume Mirzayan, a melhor saída para Moscou seria uma solução diplomática, sem recorrer às ações militares, ou seja, acordar com Washington a suspensão da separação dos curdos, libertar Erdogan da ameaça curda e, ao mesmo tempo, dar a entender aos curdos quem os salvou e o que eles ficariam a dever. No entanto, lamenta o analista, isto apenas é possível se houver autoridades construtivas e capazes de negociar tanto em Ancara, como em Washington, o que neste momento parece não existir.