"Segundo os dados de especialistas internacionais, esse agente nervoso pode ser produzido em cerca de 20 países", disse Putin nesta terça-feira, em entrevista coletiva após conversas com seu colega turco, Recep Tayyip Erdogan, em Ancara.
Putin acrescentou que ele "discutiu" brevemente o caso Skripal com Erdogan durante a reunião bilateral. Além disso, o presidente russo afirmou que o Kremlin segue buscando acesso às investigações sobre o caso.
"Estamos interessados em uma investigação completa. Queremos ter acesso a essa investigação e esperamos receber o material [do caso], já que isso diz respeito aos cidadãos russos", destacou Putin.
Em 4 de março, Skripal e sua filha Yulia foram envenenados na cidade britânica de Salisbury. O Reino Unido acredita que os dois foram expostos ao agente nervoso A234, supostamente relacionado aos agentes nervosos da classe Novichok desenvolvidos na União Soviética.
Logo após o incidente, o Reino Unido anunciou a expulsão de 23 diplomatas russos. Desde então, mais de 25 países expulsaram seus próprios diplomatas russos "em solidariedade" a Londres. Moscou negou ter qualquer papel no envenenamento, apontando para a falta de evidências fornecidas por Londres para fundamentar suas acusações.
Mais cedo nesta terça-feira, Gary Aitkenhead, diretor executivo do Laboratório de Ciência e Tecnologia de Defesa (DSTL) em Porton Down disse à emissora SkyNews que o laboratório identificou o agente nervoso usado contra Skripal como Novichok, mas não pôde provar que foi feito na Rússia ou determinar seu país de origem.